sábado, 21 de julho de 2012
NOTÍCIAS DO FRONT: Teaser Trailer - Superman: O Homem de Aço
Registro desde já, minha expectativa de que o filme cujo primeiro teaser trailer poder ser conferido abaixo, será um filmaço:
Com direção do Zack Snyder, e dessa vez protagonizado pelo Henry Cavill, o filme estreia em 14 de julho de 2013.
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Marcel Ibaldo
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quinta-feira, 19 de julho de 2012
HOMEM-ARANHA 3 (2007)
Era uma ocasião sem precedentes.
O
encerramento da primeira trilogia Homem-Aranha
vinha sendo chamado de o
maior filme de heróis de todos os tempos.
Isso
porque após dois competentes primeiros filmes, e uma bilheteria que
fez as franquias “X-Men”,
e “Blade“
caírem no esquecimento durante a véspera do terceiro longa-metragem
do aracnídeo, Homem-Aranha
3 chegaria sem alterações
em seu elenco principal, ou de diretor. Ou seja: ao que tudo indicava, a qualidade dos
anteriores retornaria.
E
não apenas por isso, mas também pelo marketing associado ao
lançamento, que reforçava a certeza de sucesso comercial.
E
pra falar a verdade, Sam
Raimi não estava mesmo
interessado em muito do que estaria presente.
Seu
roteiro original teria na função de principal vilão o
Homem-Areia, algo que foi
rechaçado pelo estúdio que fez questão de um novo direcionamento
das atenções do protagonista.
Ainda
assim, o Flint Marko
(interpretado por
Thomas Haden-Church), o
qual irá se transformar no ser arenoso, reflete muito bem a atenção
que Raimi havia
lhe dedicado afim de que fosse verdadeiramente digno de ser o
principal adversário do herói nesta empreitada.
Afinal,
em Homem-Aranha
as motivações sempre são peça primordial na trama.
Enquanto
nos quadrinhos muitas vezes heróis são heróis porque ganharam
poderes, e só, e vilões idem, o Homem-Areia
seguirá uma estruturação que lembra o cuidado que
Raimi teve com o próprio
Aranha, salvas as devidas proporções.
E
eu digo “tentar” porque se torna um exercício a mais do diretor
conseguir lidar com a imposição do estúdio, afinal, além do
Homem-Areia,
e do Harry Osborn/ Duende
Verde (James Franco) que
ele preparou com atenção redobrada nos outros filmes,
Raimi é obrigado a
adicionar um personagem dos quadrinhos o qual o próprio diretor não
aprecia, e com isso as coisas rumam para fora dos trilhos.
Mas
vamos por etapas.
Especialmente
no que se refere ao relacionamento com Mary
Jane (Kirsten Dunst),
afinal, o Homem-Aranha
não tem representado empecilho desde que Peter
parece ter encontrado o equilíbrio entre ser o vigilante mascarado e
sua vida pessoal.
Enquanto
isso, seu outrora amigo Harry
enfim irá servir ao propósito para o qual veio sendo desenvolvido,
tendo de ser o pior de todos os vilões que o herói já enfrentou.
E
isso não tem nada a ver com poder.
Na franquia Homem-Aranha, uma característica essencial nos vilões é uma proximidade com o próprio herói, e isso esteve presente no Duende Verde (Homem-Aranha, 2002), no Doutor Octopus (Homem-Aranha 2, 2004), e não seria diferente em 2007.
Porém,
Harry Osborn foi
o que teve o desenvolvimento mais detalhado, e na trama ele não é
menos que um irmão para
Peter.
Assim,
do mesmo modo que Sam Raimi
trabalha a empatia da
plateia com o nerd do Queens que combate o crime, as pessoas ao seu
redor, enquanto parte de uma família com o próprio, devem também ter
significado para o espectador.
Na
busca por sua vingança, aliás, este novo
Duende Verde vai ser
responsável por uma das melhores sequências de ação do filme, em
um combate que é um excelente cartão de visitas do que o
longa-metragem promete, sempre com a marca registrada do cineasta,
além dos efeitos especiais que ele se acostumou a empregar desde que se tornou diretor com crédito em Hollywood.
E
o resultado dessa perseguição do novo Duende
Verde ao Spider-Man
terá consequências
fundamentais ao longo do filme.
Porém, ainda que o Harry vilanesco saia de cena por um tempo, o Homem-Areia vai ser problema o suficiente pro heroísmo de Peter resolver, com mais algumas sensacionais sequências de ação nos embates entre os dois, ainda que nenhuma delas se compare à extraordinária representação do acidente que muda a vida de Flint Marko.
O
oceano de areia é um primor visual e demonstração do envolvimento
do cineasta com a exigência de fazer crível o mais exagerado
super-poder a surgir na franquia.
Não que isso adiante muito, afinal, quando as coincidências começam a acontecer, antes mesmo da referida cena, credibilidade não é exatamente o que o filme passa para o público.
Fica
evidente que o roteiro teve que se adaptar ao surgimento de um novo
personagem, aquele que eu mencionei que o cineasta nem aprecia dos
quadrinhos, e seu nome é Venom.
Nas
HQs o simbionte alienígena é vinculado ao segmento “megassagas da
Marvel envolvendo um monte
personagens”, algo que em 2007 ainda nem era sonhado que pudesse
ocorrer no cinema, pois “Os Vingadores” (2012) era
algo inimaginável, e “Homem de Ferro”, o primeiro
acerto do Marvel Studios só
iria estrear no ano seguinte.
Então,
de que maneira o simbionte iria surgir?
“Não
interessa. Inventem que ele cai por ali, onde o
Peter está”.
Nesse embalo, o Eddie Brock (Topher Grace) responsável por “vestir” o simbionte assim que Peter consegue se desvencilhar dele, terá papel de seu concorrente no Clarim Diário, e tem seu interesse romântico atendendo pelo nome Gwen Stacy (Bryce Dallas Howard), que irá criar uma fixação pelo Homem-Aranha após este salvá-la (deixando para trás o perigo para os figurantes escaparem por conta própria, vale mencionar), e a moça então funciona para fazer ciúmes a Mary Jane, que além de cantar mal e por isso ser dispensada de seu musical, tem que aguentar seu namorado Peter mergulhado em excesso de confiança, que logo se mistura com raiva ao descobrir com sua tia May (Rosemary Harris) que o Capitão de polícia Stacy (James Cromwell), pai de Gwen, tem provas de que o responsável pelo assassinato de Ben Parker (Cliff Robertson) lá no primeiro filme, era na verdade Flint Marko.
Então.
Parece enrolado?
É
muito fácil durante o assistimento do filme se perder em sub-tramas
que tentam beirando a exaustão (do espectador) ligar todos os novos
fatos e dramas particulares de cada personagem.
E
isso na maioria das vezes é feito por meio de clichês e
coincidências.
Ainda
que, se no Prometheus
de Ridley Scott (só
pra mencionar um exemplo recente) as coincidências sejam o ar que o
filme respira por comodismo, no Homem-Aranha
3 é perceptível que o
diretor Sam Raimi
simplesmente não tinha o poder de mando e desmando que um Riddley
Scott tem frente ao
estúdio, e por isso foi pondo em prática a arte do remendo para
tentar salvar sua obra.
Muito fácil lembrar de outra adaptação de HQs envolta em expectativa e que acabou sucumbindo às insistentes bobagens de estúdio interessado em dinheiro mesmo que sacrificando o futuro da franquia, pois o "X-Men Origens: Wolverine" teria em 2009 aspectos similares durante sua produção, os quais acabaram prejudicando o trabalho do diretor Gavin Hood, e o resto todo mundo sabe.
Em Spider-man 3, é graças ao empenho do diretor que ao menos existem ainda bons momentos com alguma dramaticidade, dignos de nota, dos quais ressalto o plano de Harry para vingar-se de Peter assim que o herdeiro do clã Osborn recupera a memória.
Muito fácil lembrar de outra adaptação de HQs envolta em expectativa e que acabou sucumbindo às insistentes bobagens de estúdio interessado em dinheiro mesmo que sacrificando o futuro da franquia, pois o "X-Men Origens: Wolverine" teria em 2009 aspectos similares durante sua produção, os quais acabaram prejudicando o trabalho do diretor Gavin Hood, e o resto todo mundo sabe.
Em Spider-man 3, é graças ao empenho do diretor que ao menos existem ainda bons momentos com alguma dramaticidade, dignos de nota, dos quais ressalto o plano de Harry para vingar-se de Peter assim que o herdeiro do clã Osborn recupera a memória.
Fora
isso, lamentavelmente destacam-se algumas caracterizações ruins (o
uniforme do Duende Verde,
ou a deplorável versão “dark” de
Peter), ou exageradas
demais (a conversão do Homem-Areia
em ser hediondamente fora dos padrões do universo do Aranha, mesmo
que sempre com impecáveis efeitos CG), além, é claro, do Venom
que não diz a que veio.
O
principal responsável pela perda de foco no roteiro, aparece no
filme simplesmente pra soar um capanga a mais, em um filme que
poderia ter sido sim um épico do nerdismo.
E no que se refere à simbiose com Peter, ele mais serve para demarcar as cenas que denotam a crescente busca do personagem por vingança.
E no que se refere à simbiose com Peter, ele mais serve para demarcar as cenas que denotam a crescente busca do personagem por vingança.
O
diretor de Evil Dead
sabia realmente em que estava trabalhando quando construiu os laços
de proximidade entre os personagens ao longo dos filmes, e no que lhe
é possível, desata os nós no terceiro longa-metragem, esclarecendo
que isso tudo foi a jornada de Peter
Parker, e não do
Homem-Aranha.
Afinal, é Peter quem vê seus relacionamentos arruinados, e as pessoas com as quais se
importa sofrendo as consequências por suas atitudes.
E se ele é o responsável, e faz o possível para remediar seus erros, nada mais justo do que ele estar disposto ao perdão.
E se ele é o responsável, e faz o possível para remediar seus erros, nada mais justo do que ele estar disposto ao perdão.
O Homem-Aranha segue seu caminho combatendo bandidos, mas seu alter-ego tem que lidar com a perda, e certamente com a culpa, algo que ele carrega desde o primeiro filme, e que de certo modo o cineasta busca exorcizar nesse desfecho de sua participação na cinessérie.
Por
isso, a tragedia do protagonista resulta em escolhas, que até pela
responsabilidade que envolve sua decisão de ser herói, acabam indo
de encontro ao que o típico blockbuster de ação faz o espectador
imaginar que encontrará.
Ao
fim, de maneira mais poética do que os executivos da
Sony iriam insistir que
fosse feito, Raimi devolve
um pouco de dignidade à produção, que ainda assim acabou destinada
ao limbo das produções a servirem de exemplo de decepção do
público.
Mas
ainda assim, a trilogia
Homem-Aranha deixou sua
marca, e o tanto de ideias e drama que o diretor teimou em adicionar
em meio às vertiginosas batalhas, e ao oceano de personagens
desprovidos de propósito nesse último capítulo serviriam para que
fossem minimizados os efeitos que os erros recorrentes de Hollywood
trouxeram para Homem-Aranha
3, que poderia ter sido
melhor, mas também poderia ter sido bem pior.
As lições que Peter Parker, e Sam Raimi aprenderam com a trilogia ensinaram muito aos que ousariam trilhar pelo caminho do cinema de HQs.
As lições que Peter Parker, e Sam Raimi aprenderam com a trilogia ensinaram muito aos que ousariam trilhar pelo caminho do cinema de HQs.
Marvel Studios e Christopher Nolan que o digam.
Quanto
vale: Meio ingresso quando
muito.
Homem-Aranha
3
(Spider-man
3)
Direção:
Sam Raimi
Duração:
139 minutos
Ano
de produção: 2007
Gênero:
Aventura/Ação
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Marcel Ibaldo
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domingo, 15 de julho de 2012
AGUARDEMOS - Superman: Man Of Steel
E enquanto a Marvel mobiliza suas ações para o início de um novo arco de histórias no cinema, a Warner sabe que não pode desperdiçar o potencial que existe nas HQs da DC Comics.
Sendo assim, com a proximidade do desfecho da trilogia do morcego de Gotham em O Cavaleiro das Trevas Ressurge no próximo dia 27 de julho, eis que um novo re-re-começo para o Superman é assunto a não desconsiderar.
Então, dia 14 de junho de 2013, veremos a releitura do personagem pelo diretor Zack Snyder, com o ator Henry Cavill tentando repetir o que de tão difícil, Christopher Reeve conseguiu apenas uma vez ao ser aclamado mundialmente em Superman: O Filme (1978).
Aguardemos.
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Marcel Ibaldo
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14:41
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AGUARDEMOS - Marvel Studios (Fase 2)
E já está bastante adiantada a Fase 2 do plano engendrado pelo Marvel Studios.
Sendo assim, programem-se com os filmes que já têm suas datas agendadas, enquanto fica a expectativa com algumas outras possibilidades ainda não confirmadas:
Iron Man 3 - 03 de Maio de 2013
Thor: The Dark World - 08 de Novembro de 2013
Captain America: The Winter Soldier - 04 de Abril de 2014
Guardians of the Galaxy - 1º de Agosto de 2014
Portanto, aguardemos.
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Marcel Ibaldo
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sábado, 14 de julho de 2012
AGUARDEMOS - The Walking Dead (Trailer da Terceira Temporada)
Apesar de uma segunda temporada repleta de ideias abominavelmente ruins, reconheço que este trailer da terceira temporada do sucesso adaptando para a televisão os quadrinhos criados por Robert Kirkman me pareceu melhor que todo o seriado até aqui, e assim, tornando-o digno de ter seus novos 16 episódios assistidos, os quais hão de estrear no dia 14 de outubro.
Aguardemos.
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Marcel Ibaldo
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11:04
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AGUARDEMOS - Rurouni Kenshin - O Filme (Trailers 2 e 3)
Nesse intervalo em que reviso os textos da continuação do Especial Spider-man aqui no Blog, aproveito pra mencionar este filme que já vem sendo falado há tempos.
Assim, tendo encontrado o segundo e terceiro trailers legendados da vindoura adaptação de quadrinhos para o cinema "Rurouni Kenshin", me pareceu o momento adequado pra poder publicar aqui provido de um falso ar de novidade.
Entonces, verifiquem abaixo:
De minha parte, tendo lido toda a série em quadrinhos (por aqui chamada Samurai X), posso dizer que é perceptível uma grande dose de fidelidade com os quadrinhos do autor Nobuhiro Watsuki, ao englobar os primeiros volumes do mangá, o qual apresenta em sua fase digna de leitura uma interessante conciliação entre drama histórico, embates samurai quase-jedi, e humor.
Ainda assim, eu somente confiaria ser material de qualidade se a adaptação para o cinema estivesse a cargo de Takeshi Kitano (Zatoichi, 2003), ou Stephen Chow (Kung-FuSão, 2004), que apesar de estilos tão diferentes de cineastas, já provaram ter características que serviriam muito bem para contar a história do ex-retalhador Kenshin Himura, que vive na condição de andarilho pelo Japão.
Se em Zatoichi, Kitano dosou humor com um estilo clássico de história de samurais, Stephen Chow tem em sua filmografia alguns dos exemplares mais hilários em se tratando de filmes de luta com humor, além, é claro, da estilização de mangás e desenhos animados que ele tão bem soube traduzir para os seus longa-metragens.
Enquanto isso, Keishi Ohtomo, o cineasta responsável por Rurouni Kenshin - O Filme, parece estar ao menos se esforçando, e nos vídeos os aspectos familiares aos fãs se sobressaem, ainda que a escolha da banda de rock a qual integra a trilha do trailer seja um equívoco descomunal.
E falando em banda de rock, o protagonista do filme, o ator Takeru Sato, que interpreta o personagem-título Kenshin Himura, é conhecido por ter protagonizado outra adaptação de quadrinhos para o cinema que atende pelo nome Beck, e conta a trajetoria de uma banda de rock.
Mas isso é assunto do qual vou falar por aqui no futuro.
Apesar dos pesares, pelo que foi visto nos trailers, há motivo pra ter expectativa positiva com relação ao filme.
A estreia no Japão ocorre em 25 de agosto de 2012, e no Brasil ocorre...
É.
Piada infame.
Aguardemos.
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Marcel Ibaldo
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quinta-feira, 5 de julho de 2012
HOMEM-ARANHA 2 (2004)
Em
um momento no qual vimos a primeira hexalogia das HQs na sétima arte
completada em “Os Vingadores”, o recomeço
de uma franquia de sucesso em “X-Men: Primeira Classe” (2011), a trilogia Batman próxima de seu desfecho, além dos reboots, sejam o vindouro “Superman:
Homem de Aço” (2013) por
Zack Snyder
ou até a possibilidade de reinício do Lanterna Verde de 2011, parece
estranho mencionar uma época em que a incerteza ainda reinava para
as adaptações quadrinhísticas rumo à telona e qualquer nova tentativa era mais passível de receber um não do que qualquer outra coisa.
Mas
lá em 2004, a situação recém começava a mudar.
O "Homem-Aranha 2" viria após "Blade 2" (2002), e "X-Men 2" (2003), e especialmente após o estrondoso sucesso do primeiro Homem-Aranha (2002).
O "Homem-Aranha 2" viria após "Blade 2" (2002), e "X-Men 2" (2003), e especialmente após o estrondoso sucesso do primeiro Homem-Aranha (2002).
Agora,
mais do que incerteza, a palavra que rodeava a produção era
expectativa.
Sam
Raimi estaria de volta,
além da trinca fundamental do elenco: Tobey
Maguire (Peter
Parker), Kirsten
Dunst (Mary Jane Watson), e
James Franco (Harry Osborn).
E
conforme ensina a cartilha da franchise milionária, um segundo filme
precisa aumentar a escala.
Claro.
E a escolha do ator Alfred
Molina para interpretar o
Doutor Otto Octavius foi
realmente um acerto notável.
No
entanto, por mais que o maior orçamento traga consigo maior
liberdade para criar um espetáculo visual muito superior ao
longa-metragem predecessor, é importante lembrar que também existem
muitas cenas em que o protagonista nerd azarado deve lidar com os
problemas da sua vida comum, sem máscaras ou super-poderes.
Se
isso não for interessante e não agregar novos elementos ao
desenvolvimento do personagem e a seu universo, a probabilidade maior
é de quebrar alguns recordes na semana de estreia, comercialmente
falando, tendo em seguida uma queda precipício abaixo na semana a
seguir.
E
ninguém queria isso, nem produtores, nem elenco, e muito menos Sam
Raimi.
O
dilema que se instaurava era: o que, além de um cientista maluco
possuidor de quatro tentáculos mecânicos, o herói precisa
enfrentar dessa vez?
Resposta:
a própria motivação de ser um herói.
Simples? Aparentemente. Mas não distante de alguma complicação caso lembremos que o próprio Super-Homem teve seu filme de "opto por não ter mais super-poderes e levar uma vida comum juntamente com as pessoas que amo", que apesar de não ser inteiramente questão de diretor, acabou resultando em uma produção que, se não chegou nem perto de ser um grande filme, ao menos elevou ainda mais a exaltação quanto ao primeiro "Superman", de 1978, devido à comparação com um segundo filme medíocre.
Raimi
teria uma estrategia para um resultado melhor do que o obtido por
Donner/Lester em
1982?
O
fato é que em "Homem-Aranha
2" o próprio
Parker é diferente, ou
melhor, vê as coisas de maneira diferente, ainda que se engane quem
pensa que o heroi aracnídeo que ele é entre uma aula da faculdade e
outra tenha mudado na mesma medida.
O
Homem-Aranha
vai até muito bem, obrigado, mas isso não ia ser a grande sacada do
roteiro, com certeza, e sim qual rumo o seu alter-ego decidiria
trilhar.
O
caminho de poder e responsabilidade exigia sacrifícios que iam além
do que se pensa lendo HQs e sonhando em ser o destaque das manchetes
dos jornais.
Assim,
o enredo da sequencia versa a respeito de escolhas, somando os
resultados destas à confirmação da figura do herói enquanto ser
falível e por isso tão facilmente identificável com a plateia que
o assiste na sessão.
O
diretor conduz com precisão as tragedias que envolvem seu
protagonista em razões para questionar o quanto ele necessita
realmente prosseguir lutando por um motivo que ele mesmo desconhece.
Nesse
contexto, a maneira bem-humorada com que o cineasta conta a historia
não diminui sua dramaticidade, e nessa pequena fábula cheia de
pequenas lições de moral, o objetivo final consegue novamente ser
alcançado se esquivando da rotulação na categoria de filme piegas
para olhar resmungando.
Talvez
porque dessa vez a vida de Parker
não tem piorado por puro
azar, e sim por consequência, seja nos problemas envolvendo sua tia
May (Rosemary Harris),
ou o vingativo amigo Harry
Osborn, e é claro, a
distância crescente no que diz respeito a Mary
Jane.
Afinal,
o roteiro o fará, mais do que aceitar a responsabilidade, ter que
lidar com a culpa por seus atos, apresentando um entendimento pouco
comum em produções do gênero, de que após o salvamento ainda há
sempre alguém que acaba de algum modo ferido.
E pra completar o espetáculo, o inimigo a catalisar o bom investimento dos 200 milhões de dólares de orçamento faz sua parte.
Além de uma atuação e caracterização convincentes, Alfred Molina conta com a criatividade do diretor para que o Doutor Octopus por ele interpretado seja o pior adversário que o herói lançador de teias já enfrentou no cinema.
Além de uma atuação e caracterização convincentes, Alfred Molina conta com a criatividade do diretor para que o Doutor Octopus por ele interpretado seja o pior adversário que o herói lançador de teias já enfrentou no cinema.
Em
especial na sequencia épica levando a uma conclusão no embate em um
trem elevado, Sam Raimi
realiza um trabalho próximo da perfeição enquanto os efeitos
especiais traduzem a inventividade que ele já havia demonstrado nos
Evil Deads
e em Army Of Darkness,
ainda que naqueles tempos com muito mais massa de modelar e caretas
de Bruce Campbell
fazendo o trabalho pesado.
Porém,
verdade seja dita, a aura trash ainda está presente, e o massacre
protagonizado por Octopus no
hospital é a melhor forma de exemplificar isso.
A trama bem amarrada funciona de tal forma que nem mesmo a sensação anti-climática deixada pelas pontas providencialmente soltas ao fim da sessão possam soar algo forçado meramente para a manutenção da franquia.
É apenas parte do que é uma boa série em quadrinhos, com a saga esperando a próxima edição.
Os personagens tomam atitudes e pagam o preço por elas, de modo que o fim do filme não é apenas o retorno ao ponto inicial depois de derrotar o vilão da ocasião.
É apenas parte do que é uma boa série em quadrinhos, com a saga esperando a próxima edição.
Os personagens tomam atitudes e pagam o preço por elas, de modo que o fim do filme não é apenas o retorno ao ponto inicial depois de derrotar o vilão da ocasião.
E
é claro, o andar do longa-metragem deixa evidente o fortalecimento
da personalidade de Harry
Osborn, personagem cada vez
mais importante para o enredo, e que demonstra que não há peça
desprovida de função no aparentemente inofensivo longa-metragem
para toda família dirigido por Raimi.
Por muito tempo cineastas receberiam a missão de repetir o sucesso de bilheteria e de crítica obtido neste segundo filme do escalador de paredes da Marvel Comics.
Seria
necessário, quatro anos depois, a própria Marvel
assumir a dianteira das
adaptações de seus personagens para enfim começar a compreender a
partir de “Homem de Ferro”
(2008) o que Sam Raimi havia feito e que oportunizou a visibilidade que o cinema de HQs
necessitava para tornar-se mais do que somente uma fonte de lucro potencial.
Aos
olhos de estúdios e do público as páginas dos quadrinhos passariam a representar uma fonte
infindável de historias que, nas mãos das pessoas certas poderiam
render produções detentoras de mais a dizer do que apenas explosões
e diversão momentânea.
O
melhor filme do personagem havia dado seu recado, e tanto a sétima
quanto a nona arte deixariam de ser as mesmas a partir de então.
Quanto
vale: Um Ingresso e meio.
Homem-Aranha
2
(Spider-man
2)
Direção:
Sam Raimi
Duração:
128 minutos
Ano
de produção: 2004
Gênero:
Aventura/Ação
Postado por
Marcel Ibaldo
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quarta-feira, 4 de julho de 2012
HOMEM-ARANHA (2002)
Em 2002, tanto o diretor Sam Raimi quanto o cinema de quadrinhos eram muito mais lembrados por obras toscas.
A
diferença é que Raimi fez seus trashmovies se tornarem cultmovies,
e a cinessérie “Evil Dead” ainda hoje é um exagero de estilo e
imaginação que exemplifica isso muito bem.
Quem
sabe tenha sido esse o motivo da contratação dele para a adaptação ao cinema do popular Homem-Aranha, pois, se não
parecia possível que um filme de HQ fosse algo além de um
sub-filme, nada melhor do que ter um especialista em transformar algo
potencialmente ridículo em algo memorável.
E
convenhamos, até aquele ponto pensar em um herói vestindo roupa
colorida pra caçar bandidos nas horas de folga era pelo menos
ridículo.
E
não adianta mencionar o Superman de Richard Donner, quando quase
tudo que veio a seguir (inclusive do escoteiro de Krypton) era
equivocado e fiasquento.
Ao
menos, Raimi não parecia se importar muito com isso, e nem mesmo o
bom resultado com X-Men – O Filme (2000) e a releitura dos
uniformes dos mutantes pelo Bryan Singer, fariam ele desistir de
representar o aracnídeo de maneira próxima ao que ele via nas HQs
de sua coleção.
Essa
maneira simples de encarar as coisas iria então permear o filme
todo, traduzindo o conteúdo dos requadros no cotidiano de
mediocridade do seu protagonista.
Filme
de origem? Claro.
Porém,
enquanto a temida trajetória do ser sob a máscara pode ser a ruína
de cineasta cumprindo contrato pro seu ego se inflar com o nome no
cartaz, o diretor de Homem-Aranha traz outros recursos do tempo em
que seus trabalhos contabilizavam o orçamento em galões de sangue
falso.
Em seu primeiro blockbuster, ele conta o drama de Peter Parker (Tobey Maguire) mantendo enfoque nas tragedias banais do dia-a-dia do nerd que é apaixonado pela guria da casa ao lado, sem conseguir conciliar a vida social com a vida estudantil, até que algo mude sua rotina de repente.
Então, dessa vez a missão do diretor seria conciliar drama, ação e humor, encarando o risco minuto a minuto de cair na pieguice, clichês, e insuportabilidade cinematográfica.
Então, dessa vez a missão do diretor seria conciliar drama, ação e humor, encarando o risco minuto a minuto de cair na pieguice, clichês, e insuportabilidade cinematográfica.
Mas pra quem conseguia um equilíbrio quase insano entre horror e humor, isso possivelmente não seria um grande desafio.
Ao redor de Parker orbitam tipos característicos: a garota mais popular, o amigo buscando aceitação paterna, o valentão do colégio... porém isso era parte da estrutura que aqui receberia um outro olhar, distanciando-se ao longo da metragem das comédias românticas adolescentes e dos arrasa-quarteirões histéricos em meio a explosões.
Ao redor de Parker orbitam tipos característicos: a garota mais popular, o amigo buscando aceitação paterna, o valentão do colégio... porém isso era parte da estrutura que aqui receberia um outro olhar, distanciando-se ao longo da metragem das comédias românticas adolescentes e dos arrasa-quarteirões histéricos em meio a explosões.
Há fatores que justificam a empatia quase instantânea que o personagem criado por Stan Lee e Steve Ditko despertou em gerações de leitores, e Sam Raimi parece tê-los compreendido perfeitamente.
Não
havia porque reinventar o protagonista para um novo público, afinal,
ele sempre representou o que havia de atemporal na juventude.
Então,
o tempo até que os embates com o vilão iniciem não é lamentado
por ser infelizmente uma necessidade em um primeiro episódio de uma
franquia, e sim saudado e lembrado por ter alguns dos melhores
momentos do filme, sejam o aprendizado do uso das novas habilidades,
ou a incapacidade de trocar duas palavras com a paixão platônica,
salientando a atuação inspirada de Maguire, que faz com que isso
pareça convincente ainda que envolto em uma aura de caricatura.
E
desse modo, enquanto a plateia aproveita as agruras de Peter Parker
às voltas com seus recém descobertos super-poderes, as quase
tentativas de aproximação com sua musa Mary Jane (Kirsten Dunst), a
construção da personalidade moldada em dualidade de Harry Osbourne
(James Franco), a preocupação com a tia May (Rosemary Harris), ou o
chefe hilariamente opressor J.J. Jameson (J.K. Simmons), o diretor
arquiteta a melhor maneira de investir essa que é a maior quantia
que ele já havia tido até a ocasião para fazer cinema.
É
momento de um vilão surgir no caminho, e ainda que nem todos
apreciem a versão hightech do Duende Verde idealizada para o filme,
mesmo isso não invalida a competência com que o cineasta,
juntamente com o ator Willem Dafoe tornaram o Norman Osbourne interpretado por ele um misto de pai ausente e inimigo mortal, em uma
trama que usa a ausência familiar na condição de força motriz
para ações e reações, lembrando que o próprio Peter tem na perda
dos pais e do seu tio Ben (Cliff Robertson) elementos fundamentais para a decisão de ser um herói.
Os embates com o seu nêmesis serão a oportunidade de provar que isso vai além de retórica, e não há modo de ignorar o fato de que não apenas eles foram trazidos às telas com bons efeitos especiais com os quais o diretor enfim podia contar, mas também porque ele fez isso sem abrir mão de grande fidelidade aos quadrinhos, tanto na historia quanto no visual colorido e até nostálgico do personagem.
O
gradual aprendizado do protagonista, e a dosagem adequada de ação
em meio ao desenrolar do enredo fazem com que seja fácil acompanhar
o longa-metragem até que a questão deixe de ser emprego ou amor ou
luta contra o crime, e passe a ser vida ou morte.
Assim,
sem que se perceba, o potencial videoclipe de duas horas cheio de
efeitos especiais afasta-se do rótulo, ao desenvolver com
competência seus personagens e roteiro, sem para isso ter que ser
menos vertiginoso, divertido e pirotécnico.
E
dessa forma, o filme de Sam Raimi resultou na despretensão de um
ingresso para descontrair que se tornaria fenômeno da cultura pop e
de bilheteria, e peça essencial para a retomada do cinema de HQs
iniciada com Blade: O Caçador de Vampiros (1998) e X-Men – O Filme.
O
Homem-Aranha foi criado para ser entretenimento puro, e nessa
encarnação na sétima arte não foi menos do que isso.
Um
excelente começo.
Quanto
vale: Um Ingresso.
Homem-Aranha
(Spider-man)
Direção:
Sam Raimi
Duração:
121 minutos
Ano
de produção: 2002
Gênero:
Aventura/Ação
Postado por
Marcel Ibaldo
às
20:12
2
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