Pra quem viu o título da postagem e ficou sem entender, eu explico que não se trata de mais um crossover bizarro que leva os personagens de uma época para outra só pra viver "altas aventuras" com os heróis de outros tempos.
São dois os aspectos que justificam a presença dos nomes dos dois filmes no título:
1 - São filmes de grande expectativa por parte do público, afinal, são parte de franquias poderosas, de grande sucesso em época relativamente recente, e que devem render pelo menos um baita divertimento no cinema na ocasião de seu lançamento pra quem conferir na telona;
2 - São parte do empreendimento de retorno da MGM após os eventos que a deixaram à beira da crise, e que, ainda bem, tiveram uma solução temporária capaz de permitir algum otimismo quanto ao futuro dessas cinesséries, conforme foi noticiado no Blog do Guiga Hollweg.
Quanto a The Hobbit, a prequel em duas partes da mega-franquia O Senhor dos Anéis já vinha sendo algo muito comentado desde a época em que surgiram as primeiras notícias quanto ao início de sua produção. Então, mudanças de diretores, de planos, ameaças de atores importantes saírem do elenco, falência do estúdio...
No fim das contas, o filme que já estava em fase bem adiantada na pré-produção do então diretor Guillermo Del Toro, voltou para o diretor que não deveria de modo algum deixar a chance passar.
Se a trilogia teve o merecido sucesso, e reconhecimento de público e crítica, revertendo o altíssimo investimento e ousadia em muito money e estatuetas do Academy Awards, é óbvio que Peter Jackson é o cara que merece parabéns mais do que qualquer outro envolvido nos filmes.
Afinal, filmar os três longa-metragens simultaneamente, sem perder o equilíbrio entre ação, drama, fidelidade ao texto de Tolkien, e sem perder a própria sanidade em meio ao exorbitante projeto, com certeza o elevaram de um diretor competente a um dos mais importantes da indústria do cinema atual.
Sendo assim, pra quem ainda não leu, vale procurar a saga de Bilbo Bolseiro (que será interpretado por Martin Freeman) pra conferir o que lhe espera nas telonas, afinal, sendo Peter Jackson, deve haver a grandiosidade dos eventos ali retratados, mas com sua visão característica, ou seja, sem excessiva pirotecnia ofuscando a importância da carga filosófica do livro.
E enquanto vocês lêem esta postagem, as filmagens começaram essa semana, na Nova Zelândia, conforme atestam as fotos com o diretor no set de filmagem.
O primeiro O Hobbit estreia em dezembro de 2012 e o segundo em dezembro de 2013. Especula-se que os filmes vão se chamar The Hobbit - There and Back Again e The Hobbit - An Unxpected Journey.
Já em se tratando de Robocop, admito ser uma franquia que eu não fazia questão de ver recomeçar (ou prosseguir).
Com o passar dos filmes, a velha regra de "aumentar a escala", acabou tornando o policial ciborgue em algo muito mais próximo do Turbo Man, e mais distante de qualquer coisa que pudesse ser considerada aceitável.
Um remake? Prefiria que não fosse filmado.
Mas dirigido por José Padilha? O quanto antes houver o primeiro trailer melhor.
Mesmo que haja alguns pontos que aproximam o trabalho de Padilha com o universo da Detroit de Robocop, me pareceu uma ideia inusitada.
De qualquer modo, qualquer um que teve o privilégio de assistir Tropa de Elite 2 sabe que o cineasta é capaz de surpreender mesmo quando todas as cartas já pareçam estar na mesa.
De um filme policial cheio de frases de efeito e com incisiva crítica político-social, Padilha elevou o cinema de ação nacional a um patamar inimaginável, rivalizando com o que de melhor Hollywood foi capaz de produzir recentemente no gênero.
É fato que, ainda existe muito chão pela frente, e nem mesmo o roteiro foi finalizado (de acordo com o diretor, o prazo do filme é "quando o roteiro estiver bom"), porém a expectativa é de um pouco mais de diversidade nas estreias que poderemos aguardar para breve, menos presas aos trejeitos do cinema norte-americano que se auto-destrói sempre que um produtor diz "mas tá meio violento. Quem sabe tu não faz o policial atira na estante e ela cai em cima do bandido."
De qualquer modo, sendo que há muitíssimo pouco (ou nada) visualmente pra conferir a respeito dos filmes, o jeito é esperar e simplesmente concluir a postagem do único modo adequado.
Aguardemos.
4 comentários:
"Quem sabe tu não faz o policial atira na estante e ela cai em cima do bandido."
Perfeita explanação acerca da "falta de coragem" de Hollywood.
No primeiro Robocop, Paul Verhoven teve coragem de mostrar o braço do policial explodindo e vilão derretendo no final. Apesar disso, o referido diretor conseguiu produzir um filme muito bom.
Valeu pelas resenhas.
Tchê, acho que o Padilha vai colocar realismo nesta nova versão. No momento é o que me basta para achar que vai sair algo interessante.
Diretor brasileiro dirigindo um personagem (policial) icônico dos anos 80?!
Como tu diz: "aguardemos"!!!
Primeiramente, UFA!
Pensei que fosse um crossover...
A respeito do Hobbit, muito obrigado meu amigo, fico muito grato e honrado com a citação na postagem.
Em relação ao Robocop dirigido por José Padilha, não tinha certeza se a informação era verdadeira, mas que bom que é... não sei se vai sair coisa boa, mas se depender do diretor, creio que possa sair algo bastante inusitado.
Confesso que foi impossível de ler a matéria e não pensar no Robocop dizendo assim para um ladrão do Brooklin: If you wanna fuck-me, kiss me before, asshole! HAHAHAHHAHA
Grande postagem,
Abração!
Guiga Hollweg
É mesmo difícil saber o que esperar desse filme.
Se os produtores não se intrometerem no trabalho do Padilha, provavelmente será algo digno de um ingresso.
E a respeito da frase mencionada pelo Guiga, tomara que não aconteça, mas ia ser engraçado com certeza!!
Valeu pelos comentários.
Postar um comentário