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sexta-feira, 29 de junho de 2012
KEEP DRAWING - 2012-0001
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Marcel Ibaldo
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quinta-feira, 28 de junho de 2012
A INVASÃO DO MUNDO: BATALHA DE LOS ANGELES (2011)
Ainda
mais se for alguma produção desprovida de pretensões além da
bilheteria.
O
aspecto polemizante ao falar de “A
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”
se deve a um inusitado episódio envolvendo os dois diretores que
trouxeram “Skyline: A Invasão” para as telas em 2010.
O
que ocorreu foi que os Irmãos
Strause, que trabalhavam no
desenvolvimento dos efeitos especiais de “Batalha
de Los Angeles” decidiram
abandonar o filme para concentrar esforços em um projeto pessoal,
que seria um longa-metragem de ação envolvendo uma invasão
alienígena, com a “trama” ambientada em Los Angeles.
Com
essa “’pequena” semelhança entre os dois roteiros, logo os
produtores de “Batalha de
Los Angeles” tomaram
providências.
Enfim.
É
claro que isso trouxe mais visibilidade para ambos os filmes.
Logo
começaram a surgir inúmeros vídeos de divulgação, que
apresentavam o longa-metragem na condição de um “O
Resgate do Soldado Ryan” (1998) após fusão com “Independence
Day” (1996).
Tudo
isso o levou a ser considerado um investimento interessante para um
ingresso.
O
diretor Jonathan Liebesman possuía uma fórmula para o sucesso em
mãos, afinal, arrastando um número considerável de espectadores
nas primeiras semanas, bastaria a divulgação providenciada por eles
nas redes sociais para que o seu trabalho fosse um sucesso
principiando uma nova franquia megalopirotécnica.
Tendo
escalado Aaron Eckhart,
ao menos haveria um protagonista experiente para liderar o bando de
desconhecidos que ele selecionou para conferir mais credibilidade à
ação militar que tentaria parar o avanço dos aliens.
Eckhart,
buscando ainda a manutenção do patamar de superastro do primeiro
escalão de Hollywood, queria este papel para assim ter protagonizado
em sua filmografia um arrasa-quarteirões.
E
em “A Invasão do
Mundo...” os atores e
seus personagens seriam essenciais realmente, pois diferente de
Skyline,
alicerçado principalmente em seus impecáveis efeitos especiais, o
filme de Liebesman contaria a história focada na perspectiva
humana, e só.
O
que desfavorece o filme é o fato de que a tal perspectiva humana é
contada da maneira mais comum, desinteressante e clichê possível.
E
não adianta Eckhart, Michelle
Rodriguez, ou o restante do elenco fazerem caras e
bocas fingindo que a ameaça fora de foco atrás de nuvens de fumaça
é verdadeiramente um perigo inimaginável.
Eles
apenas correm de um lado para outro achando que seus dramas podem
despertar alguma empatia do público, enquanto o tempo se esgota para
que alguma cena minimamente divertida possa ocorrer.
Mas
esperar por isso é em vão.
Nada
do que em geral é benéfico ao entretenimento do público está na
lista de prioridades do cineasta, e minuto a minuto permanece a
sensação de que o filme não pode ser diferente de uma versão
preliminar do movie, mas que acabou sendo lançada por acidente.
Nem
mesmo estão presentes os corriqueiros efeitos CG que ao menos tornam
menos extensa a sessão em um longa-metragem sem roteiro.
Envoltos
em nuvens de poeira os alienígenas se tornam baratos para o estúdio,
e se o público já pagou o ingresso, vai assistir assim mesmo, tendo
que torcer que o salário de
Eckhart não tenha sido
assim tão alto, deixando algum recurso para que por alguns breves
instantes possa ser visto algo em alguma das sequências de ação
desperdiçadas.
E
para fechar com chave de ouro, as reações dos “herois da
liberdade” são as mesmas dos
Power Rangers ao enfrentar
os invasores interestelares, mostrando que nem mesmo eles estão
levando a sério o que Liebesman tinha em mente para as cenas.
E
antes do fim da metragem ainda existe tempo para os excessos de
honradez e coragem estadunidense, mostrados sempre de maneira
gratuita e coroando as quase duas horas a serem lamentadas que as
batalhas em Los Angeles ultimamente têm proporcionado.
Ao terminar de assistir este suplício justificado apenas pelo meu imensurável compromisso com o Blog, é impossível lembrar de nem que seja uma cena razoável durante os 116 minutos da produção.
No fim das contas, ”A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” consegue o impensável: alcançar o nível de ridículo de Skyline.
No fim das contas, ”A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” consegue o impensável: alcançar o nível de ridículo de Skyline.
Evitar
o filme é uma recomendação óbvia, mas para quem quiser realmente
assistir combates com criaturas do espaço para o entretenimento da
plateia com efeitos especiais dignos e ideias preenchendo a metragem,
só posso recomendar uma busca por um DVD de Tropas
Estelares (1997), porque “A
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”,
nem de graça.
Quanto
vale: Nem meio ingresso.
A
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
(Battle
Los Angeles)
Direção: Jonathan Liebesman
Duração: 116 minutos
Ano
de produção: 2011
Gênero:
Ação/Ficção Científica
Postado por
Marcel Ibaldo
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20:43
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domingo, 24 de junho de 2012
KEEP DRAWING - Agasalhos
Charge publicada na edição de junho do Jornal Conta Corrente, do Sindicato de Bancários de Santa Maria e região.
Postado por
Marcel Ibaldo
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sábado, 23 de junho de 2012
O BESOURO VERDE (2011)
Um diretor competente pode
arrancar uma boa atuação de atores medíocres e tornar interessante uma historia pouco criativa.
Sendo
assim, no caso de um diretor do qual eu só conheço trabalhos com
evidente criatividade, resultando em algumas das obras mais viajantes
dos últimos tempos, o fato de estar ligado a alguma nova produção
já poderia ser indício de um bom trabalho.
Refilmar
a série dos anos 60, oriunda de uma radionovela dos anos 30, e que
deu origem ainda a um filme impulsionado pelo sucesso de Bruce
Lee, não parecia algo
difícil.
O
diretor francês Michel
Gondry, que tem em seu
currículo “Brilho Eterno
de Uma Mente Sem Lembranças”
(2004), e “Sonhando
Acordado” (2006), é um
daqueles caras que não seguem convenções criando os filmes do
jeito que bem entende, misturando técnicas e ideias, parecendo por
vezes obstinado em tornar o mundo na tela algo tão particular que é
quase como se ele se perdesse em meio à sua própria obra.
Felizmente, no exemplo dessas produções mencionadas acima, fica
evidente o talento dele em manter os pés no chão o suficiente pra
que haja coerência em seus filmes.
Nem
tudo na carreira dele é genialidade, é fato, mas o remake de
“Besouro Verde”
não deveria ser nenhum desafio.
As
decisões dele, então, vão sendo montadas e postas em cena conforme
os personagens vão estabelecendo a parceria que há de combater o
crime.
De início, o roteiro assinado por Evan Goldberg e Seth Rogen é um misto de humor sutil com um apanhado de referências à série,
sejam elas o desenho no caderno de Kato,
ilustrando Bruce Lee,
ou quando o personagem menciona “sou rápido demais para as
câmeras”, relembrando a velocidade do próprio astro da série televisiva dos anos 60.
Razoável
até aí, o filme provoca aquela sensação de “na próxima cena
deve empolgar”.
Enquanto
a espera ocorre, vai se sobressaindo o que o elenco tem a oferecer.
A escolha do protagonista de imediato era o principal demérito da produção. O Seth Rogen visto na condição de novo astro da comédia me pareceu uma alternativa tão sem cabimento que eu torcia simplesmente que o diretor o moldasse para que seus trejeitos a La Jack Black não fossem o destaque, tornando o filme puro pastiche.
Mas
nesse ponto, a impressão é de que a compreensão do que deveria ser
um longa-metragem de heróis por parte de diretor e ator se
assemelhava, afinal, foi dada a liberdade a Rogen
de recitar suas falas fazendo suas caretas de sempre, o que apenas
torna o que já era sem graça ainda mais.
Enquanto isso, haviam mais dois atores que tinham grande responsabilidade e dos quais havia expectativa.
Ser
o intérprete do papel que já foi de Bruce
Lee era algo que ninguém
estaria livre de desempenhar livre de críticas e comparações, mas
Jay Chou não parece ter se preocupado com isso. Sem grande
destaque dado pelo diretor às suas sequências de ação, ao
contracenar com Rogen
ele demonstra uma irritação convincente com as atitudes do chamado
Besouro Verde,
que reflete o incômodo do espectador que aguarda o fim da sessão
para não ter que suportar as besteiras que o protagonista insiste em
repetir, quando nem os personagens, nem ninguém consegue levá-lo a
sério.
Talvez
por isso que mesmo o vencedor do Oscar Cristoph
Waltz está em cena com o
conforto que beira a preguiça. Ele é o estereótipo de qualquer
vilão, e pronto.
Algum lapso de estilo, esporadicamente, mas fora isso, é ação descerebrada e em grande parte ruim mesmo, e um desperdício de tempo que deixa Cameron Diaz com cara de “e eu ainda vou receber por isso?”.
Algum lapso de estilo, esporadicamente, mas fora isso, é ação descerebrada e em grande parte ruim mesmo, e um desperdício de tempo que deixa Cameron Diaz com cara de “e eu ainda vou receber por isso?”.
O
roteiro parece não saber qual rumo irá tomar, e a mistura de
gêneros e influências não soa algo ousado, e sim falta de
competência do diretor, que entrega uma produção extremamente
abaixo do que já foi visto em sua filmografia, em um resultado que
rememora o pior das produções de herois já realizadas.
Talvez para ser aceitável, o filme deva ser encarado assim mesmo, como um trash em que tudo que for mal-feito serve de motivo de riso.
Tendo isso em mente, até parece boa ideia reassistir o longa-metragem, dessa vez sabendo que, o que de melhor tem a oferecer são os equívocos do diretor.
Sendo assim, os defeitos tornam-se qualidades, e é possível desconsiderar que Gondry não percebeu que seus erros e tentativas de criar um filme de heróis são apenas a repetição do que Hollywood experimentou até definir o modo funcional de grandes filmes de ação, independente de abordagens mais cômicas ou sérias.
Sendo assim, os defeitos tornam-se qualidades, e é possível desconsiderar que Gondry não percebeu que seus erros e tentativas de criar um filme de heróis são apenas a repetição do que Hollywood experimentou até definir o modo funcional de grandes filmes de ação, independente de abordagens mais cômicas ou sérias.
Com
algum ou outro ponto positivo, seu ponto forte é o aspecto
nostálgico, ainda que sem grandes atrativos, a não ser pra quem não tem nenhum DVD melhor pra assistir.
Quanto
vale: Nem meio ingresso.
O Besouro
Verde
(The Green
Hornet)
Direção:
Michel Gondry
Duração:
119 minutos
Ano
de Produção: 2011
Gênero:
Ação / Comédia
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Marcel Ibaldo
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sexta-feira, 22 de junho de 2012
AGUARDEMOS - Dredd (Trailer)
Depois de Sylvester Stallone tentar em 1995, é a vez de Karl Urban arriscar a sorte na tentativa de criação dessa nova franquia nos cinemas, adaptando a HQ criada por John Wagner e Carlos Ezquerra.
Estrelado pelo policial, juiz, júri e executor de Mega City One, a promessa é simples: tiros, edição ao estilo videoclipe, frases de efeito, explosões, e tiros também.
Vendo o trailer, é fácil lembrar de outro personagem dos quadrinhos que tentou a sorte nos cinemas sem sucesso, o que levou à mudança do ator a protagonizar a próxima tentativa, ainda que o azar do Justiceiro (Punisher) na sétima arte já seja situação bem menos favorável que esse Dredd, que ainda está na segunda tenteada, mesmo que sem grandes pretensões em uma temporada recheada de potenciais sucessos.
Assistam o primeiro Trailer do filme:
Dirigido por Peter Travis, o filme tem estreia em 3D no dia 21 de setembro.
Aguardemos.
Postado por
Marcel Ibaldo
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10:53
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Cinema de HQs,
Notícias do Front
quinta-feira, 21 de junho de 2012
PROMETHEUS (2012)
Afinal,
já são quatro longa-metragens seguidos dizimando a credibilidade
que havia na trama iniciada em 1979 quando a nave cargueiro Nostromo
interrompeu sua jornada despertando seus tripulantes antes do
tempo para verificar um sinal acústico repetido a cada 12 segundos, e que
invés de ser originado por alguém solicitando resgate era um aviso
do risco que ali espreitava.
33
anos depois do primeiro embate da Tenente Ripley (Sigourney
Weaver) com a criatura, o diretor Ridley Scott decidiu
voltar à trama que principiou com sucesso sob sua direção,
acrescentando elementos que precediam a viagem da Nostromo, mas
de acordo com o próprio, não sendo uma prequel.
Desse
modo, Prometheus tornou-se um dos mais esperados lançamentos
de 2012, com uma campanha viral e vídeos de divulgação que não
deixavam a desejar, ressaltando o potencial de que as pontas soltas
do primeiro filme enfim obteriam respostas.
Ridley Scott, no entanto, não necessariamente queria
responder a todos os questionamentos, e sim esclarecer algum ponto ao mesmo
tempo em que adicionava alguma nova pergunta visando o
estabelecimento de uma nova franquia.
Nada
mais natural, afinal, o próximo bilhão de dólares tem estado ao
alcance de quem sabe conciliar o marketing com um roteiro afinado com
o público.
Para
esse intento o cineasta convocou Damon Lindelof, afinal, o
impacto da série Lost era comprovação de que o roteirista possuía
o talento exigido de qualquer um disposto a tomar parte nessa jornada
que tinha que superar os preconceitos que haviam se somado ao longo
desse tempo desde que James Cameron realizou o último filme
envolvendo os seres Xenomórficos de que vale a pena mencionar
positivamente em uma conversa nerd.
Além
de Lindelof, que juntamente com Jon Spaihts assina o
roteiro, o elenco também tinha que estar à altura.
Quanto
a isso, sem problemas, afinal, contar com Michael Fassbender,
Noomi Rapace, Charlize Theron, e Guy Pearce é
certamente o suficiente para minimizar a preocupação dos fãs.
Nada a temer, não é?
Nada a temer, não é?
O filme começa com uma impressionante e belíssima sequência filmada na Islândia, já criando a atmosfera instigante imprescindível para o audacioso argumento que Ridley Scott tem em mãos para desenvolver.
Homenageando 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), e o livro de Erich von Däniken, "Eram Os Deuses Astronautas?", Prometheus irá se aproximar ainda da teoria da Panspermia direta, com a hipótese de que a vida na Terra teria principiado por intermedio de alienígenas.
Assim, a paisagem inicial logo é substituída por outro contexto, contando
com a dupla de protagonistas Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green), a qual deverá integrar a tripulação
da nave Prometheus para desvendar os segredos da origem da
humanidade.
Quer
dizer, desvendar é um jeito bonito de falar.
Não
há muitas camadas ou aspectos que desviem o rumo do roteiro, e
simplesmente tudo que é preciso saber acaba surgindo à frente,
coincidentemente onde os personagens estiverem, enquanto a
argumentação opta seguidamente pelo didatismo.
A nave irá pousar exatamente ao lado da Pirâmide em que as revelações estão aguardando, e o trajeto da equipe exploradora será certeiro e imediato rumo ao local em que as evidências do que queriam encontrar estão devidamente ao alcance de uns toques em um teclado alienígena.
Tudo
bastante fácil e simples.
Tão
simples quanto é estruturada a diferenciação entre aqueles que não
acreditam na descoberta do casal de protagonistas e os próprios.
Fica
fácil saber quem é potencialmente covarde ou um traidor em momento
oportuno, pois essas características negativas são atribuídas a
todos que discordam da teoria que relaciona a origem da humanidade
aos alienígenas.
Enquanto
isso, Shaw e Holloway são nada menos do que o exemplar
mais típico de personagem principal em Hollywood, esbanjando bom
mocismo.
Liderando a viagem de exploração custeada pelas indústrias Weyland em um trilhão de dólares, a missão logo demonstra o perigo inerente às escolhas que eles fizerem.
Liderando a viagem de exploração custeada pelas indústrias Weyland em um trilhão de dólares, a missão logo demonstra o perigo inerente às escolhas que eles fizerem.
Porém,
para eles isso não é fator apavorante, especialmente para um dos dois que tem
o dom de sempre escolher o capacete invulnerável. Mas isso é outra
história, e quem assistir entenderá.
No
esquema de Ridley Scott, as novas plateias não requerem mais
do que isso, e assim ele incrementa a trama com uma dupla
de coadjuvantes, um geólogo e um biólogo, de atitudes claramente inspiradas no seriado
Scooby-Doo.
Seria o humor involuntário seu objetivo?
Seria o humor involuntário seu objetivo?
Pelo
menos ao que indica o discurso científico, não seria
necessariamente isso.
Afinal,
porque toda a dedicação em elaborar uma obra, que especialmente
visualmente é impecável, que apesar de futurista flerta com o
realismo, e desperdiçar com clichês?
Seja
qual for a resposta, não será uma das que o filme apresenta.
E
se em outras ocasiões no Sci-fi a arrogância e ambição humanas foram
responsáveis por levar à ruína, dessa vez é muito mais a
incompetência dos personagens e seus atos dignos de desenhos da Hanna Barbera o que desencadea os eventos que o trailer
espertamente destacava.
Nesse
ínterim, o elenco justifica a contratação, com atuações
competentes, especialmente de Michael Fassbender, que até
pela natureza androide de seu personagem tem maior liberdade para se
libertar da obrigatoriedade de ser o “mocinho da história” ou “o
cara mau”. Instigante sempre em cada close, em cada frase,
principalmente pois da perspectiva dele, o seu criador é conhecido,
e sua busca visa atender outros dilemas. O ator faz assim a sua
interpretação transitar entre a neutralidade do ser sintético e
uma faceta de enigma tão envolvente que rouba a cena sempre que ele
surge na tela.
Além
dele, Noomi Rapace se destaca em uma atuação consistente que
esbarra apenas na exigência do diretor de que a cientista que ela interpreta seja a estrela de filme de ação mesmo em situações
implausíveis para uma produção dita não-MichaelBayana, o que
implica em clichê após clichê.
Dos demais, há na Meredith Vickers de Charlize Theron a tentativa de sobrepujar a bidimensionalidade que assombra a produção, e que faz dela apenas aquela que irá deixar todos para trás se a situação for favorável a isso, e que desacredita a mencionada teoria seguidamente, além, é claro, dos coadjuvantes que têm a função básica de morrer quando ninguém lembra deles, ou de soltar alguma frase de efeito constrangedora.
Dos demais, há na Meredith Vickers de Charlize Theron a tentativa de sobrepujar a bidimensionalidade que assombra a produção, e que faz dela apenas aquela que irá deixar todos para trás se a situação for favorável a isso, e que desacredita a mencionada teoria seguidamente, além, é claro, dos coadjuvantes que têm a função básica de morrer quando ninguém lembra deles, ou de soltar alguma frase de efeito constrangedora.
A
superficialidade e ausência de bons argumentos ao
ousar ingressar em um terreno tão espinhoso que nem esse em que
Prometheus foi roteirizado apenas afasta as chances de real imersão
no que ele se propõe.
Resta
assim ao menos as cenas de ação, que pirotécnicas e magistralmente
emolduradas pela trilha sonora de Marc Streitenfeld e a
fotografia de Dariusz Wolski acabam sempre menos empolgantes
devido ao vício do cineasta por deixar claro que, semelhante ao
Robin Hood (2010) dirigido por ele, o espectador deve saber o fim
óbvio dos acontecimentos antes que ocorram.
Aliás,
são essas coincidências que movem o enredo e fazem com a próxima
cena de ação seja justificada.
Ao
menos há aqueles momentos que lembram o porquê de haver
expectativa quanto ao trabalho do cineasta, e um bom exemplo disso é
toda a cena envolvendo a cirurgia, que não é nada menos do que
sensacional.
Fosse
ela um padrão e não exceção, não teríamos que acompanhar a
adesão de Ridley Scott ao estilo de desfecho heróico no
melhor estilo Armageddon (1998), no que era pra ser o ápice da
epopeia engendrada por ele, mas que pelo contrário apenas soma-se à
atmosfera de Indiana Jones espacial que é a primeira imagem
que vem à mente ao ver o encontro com o “criador” pelo núcleo
vilanesco do filme.
O que é fundamental não é solucionado, mas sim regurgitado em cena por metade com uma porção extrema de clichê e previsibilidade. E se houver qualquer complicação, não é nenhum problema que um holograma providencialmente presente não faça de questão de sanar.
E
o que estiver além disso, ainda desprovido de alguma justificativa e
provocando inquietação quanto ao seu significado deve-se
estritamente à obrigação de uma continuação em um futuro próximo
Assim,
a sinopse instigante é logo desperdiçada, restando somente os
ganchos para a tal sequência, e o link com a franquia alien para
agradar a nós, fãs da cinessérie.
Ainda
bem que ao menos a presença do Space Jockey recebe algum
cuidado, mesmo que ao fim sirva somente para muita destruição
sobreposta, sem real motivo de ser, e que seria passável apenas se a
edição fosse mais rápida, de modo que o espectador conseguisse
esquecer os intermináveis equívocos da história no vendaval de
eventos que se torna o último ato do longa-metragem.
Lógico.
No
entanto, certas produções ao fazer isso optam por seguir abordagens
menos sérias, ressaltando a possibilidade de criar momentos
absurdos, com personagens sendo salvos de maneiras ridículas no
último momento.
Mas
Prometheus é entretenimento inteligente, questionando temas
polêmicos e apresentando um ponto de vista diferenciado, não é
mesmo?
Sendo
assim, tendo em vista essa proposta evidente desde os primeiros
anúncios de seu desenvolvimento é uma lástima ainda maior perceber
que o longa é direcionado para o blockbuster típico, o que não
seria grande mal se o que ele tenta desenvolver não pedisse algo
mais do que um elenco notável, bons trailers de divulgação, e o
que mais for possível comprar em Hollywood com cento e tantos
milhões de dólares.
E sendo fator importante para um filme de ficção científica a surpresa e a imprevisibilidade, a completa ausência desses elementos durante a maior parte do longa-metragem apenas fazem dele um filme tecnicamente impecável, mas que desenvolve uma premissa interessante em um roteiro preguiçoso, e por isso seria nada mais que um filme comum e esquecível não fosse pelos nomes envolvidos, o que irá justificar sua bilheteria, porém, não representando mais que um retorno talvez prematuro demais a uma franquia que não o exigia de fato.
A melhor maneira de se divertir com o filme é rir do nonsense, quando as reações estúpidas dos personagens levam ao surgimento de novos monstros e mutações que conduzem à rápida aniquilação de figurantes sem propósito algum na trama, e quando a lua LV 223 parece um quarteirão minúsculo, em que tudo ocorre, explode, cai, e surge ao lado da protagonista, independente das dimensões reais do local.
Além disso, o fator crença pode pesar favoravelmente à obra, afinal, quem levar em consideração a potencial ousadia (ainda que não explorada de maneira satisfatória) pode desconsiderar que de maneira geral este é mais um dos filmes de Hollywood, cuja característica fundamental é enganar o espectador com a expectativa de que o suspense inicial possa resultar em algo genuinamente disposto a ser mais do que o rótulo de arrasa-quarteirão de efeitos especiais. A parte final evidencia isso, e em meio à destruição, o misto de heroísmo pastelão e salvamentos estapafúrdios no instante derradeiro só empalidecem ainda mais a sessão.
Além disso, o fator crença pode pesar favoravelmente à obra, afinal, quem levar em consideração a potencial ousadia (ainda que não explorada de maneira satisfatória) pode desconsiderar que de maneira geral este é mais um dos filmes de Hollywood, cuja característica fundamental é enganar o espectador com a expectativa de que o suspense inicial possa resultar em algo genuinamente disposto a ser mais do que o rótulo de arrasa-quarteirão de efeitos especiais. A parte final evidencia isso, e em meio à destruição, o misto de heroísmo pastelão e salvamentos estapafúrdios no instante derradeiro só empalidecem ainda mais a sessão.
E
isso sem precisar necessariamente comparar com os primeiros dois
episódios da cinessérie Alien.
Ainda
assim, é inevitável que se diga que, após o filme, nada melhor que
rever Alien: O Oitavo Passageiro, para relembrar que nos
tempos da tenente Ellen Ripley a qualidade do filme ia muito
além dos efeitos especiais, nomes no cartaz, e da sinopse.
Antes
de iniciar Prometheus 2, aliás, não faria mal a Ridley Scott
perguntar: “temos um bom roteiro, ou temos apenas uma boa
sinopse?”.
Prometheus
(Prometheus)
Direção:
Ridley Scott
Duração:
124 minutos
Ano
de produção: 2012
Gênero:
Ficção científica/Terror/Ação
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Marcel Ibaldo
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segunda-feira, 18 de junho de 2012
NOTÍCIAS DO FRONT - Vencedores 24º Troféu HQMIX
Não é que não houvesse interesse outrora, mas esta é a primeira vez em que chega a lista de indicados (e agora premiados) do HQMIX (http://trofeu-hqmix.blogspot.com.br/) em que eu percebi ter adquirido e lido uma considerável quantidade de obras indicada na premiação.
Não somente pelo fato de serem indicados ou premiados conforme consta abaixo, o que é mais válido, certamente é observar que a cena de quadrinhos nacionais tem encontrado um espaço junto ao público, o qual buscava alternativas diferentes, e pelo que eu li, há realmente trabalhos muito consistentes em argumento e arte sendo produzidos no país.
Certamente existiam obras de qualidade sendo produzidas antes, porém me parece que a visibilidade alcançada por essas publicações se ampliou de maneira inimaginável em outros tempos.
Muito por causa da internet, e porque os autores têm sido capazes de explorar novas possibilidades que a web permite. Graças a isso, fui conhecendo a arte de outros artistas e comprando as obras que tinham um valor convidativo, com acabamento excelente, e uma diversidade de histórias difícil de encontrar se eu fosse buscar na banca entre os comics
e mangás
tradicionais.
Lembrando que não tenho nada contra comics ou mangás, porém, tem sido sempre uma surpresa agradável esperar pela nova revista que chegará pelo correio, sabendo que até pelo fato de não haver obrigatoriedade dos quadrinhistas nacionais de seguir nenhum padrão pré-definido, o roteiro e os desenhos podem trilhar qualquer rumo, e para o leitor, isso é um adicional que valoriza ainda mais a compra do exemplar.
Além disso, a quantidade de eventos, e novas publicações independentes impressiona, e fazem com que a expectativa seja de trabalhos promissores a surgir muito em breve.
Então, tendo lido este preâmbulo, confira agora os vencedores do HQMIX:
Adaptação para os Quadrinhos
Clara dos Anjos - Wander Antunes e Marcelo Lélis
Clara dos Anjos - Wander Antunes e Marcelo Lélis
Caricaturista
Gustavo Duarte
Cartunista
Dálcio Machado
Chargista
Angeli
Desenhista Estrangeiro
David Mazucchelli
Desenhista Nacional
Marcelo Lélis
Destaque Internacional
Fábio Moon e Gabriel Bá
Destaque Latino-americano
Fierro (Argentina)
Edição Especial Estrangeira
Asterios Polyp - David Mazzucchelli
Edição Especial Nacional
Morro da Favela - André Diniz
Editora do Ano
Leya/Barba Negra
Evento
7º FIQ
Exposição
Criando Quadrinhos - Ivan Costa
Grande Contribuição
FanZines nas Zonas de Sampa
Grande Mestre
Marcatti
Homenagem Especial
Mauro dos Prazeres (Devir)
Homenagem Especial
Achados e Perdidos - Eduardo Damasceno, Luís Felipe Garrocho e Bruno "Ito"
Livro Teórico
Ângelo Agostini - Gilberto Maringoni
Mídia sobre Quadrinhos
Mundo dos Super-Heróis
Novo Talento - Desenhista
Magno Costa e Marcelo Costa
Novo Talento - Roteirista
Vitor Cafaggi
Produção para Outras Linguagens
Angeli 24 Horas - Beth Formaggi
Projeto Editorial
MSP Novos 50 - Maurício de Sousa
Publicação de Aventura/Terror/Ficção
Birds - Gustavo Duarte
Publicação de Clássico
Arzach - Moebius
Publicação de Humor Gráfico
Uma Patada com Carinho - Chiquinha
Publicação de Tira
Macanudo - Liniers
Publicação Erótica
Black Kiss - Howard Chaykin
Publicação Independente de Autor
Birds - Gustavo Duarte
Publicação Independente de Grupo
Café Espacial
Publicação Independente Edição Única
O Louco, a Caixa e o Homem - Daniel Esteves e Will
Publicação Infanto-juvenil
Turma da Mônica Jovem - Maurício de Sousa
Publicação Mix
MSP Novos 50 - - Maurício de Sousa
Roteirista Estrangeiro
David Mazucchelli
Roteirista Nacional
André Diniz
Salão e Festival
3º Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro
Tira Nacional
Manual do Minotauro - Laerte
Web Quadrinhos
Terapia - Mario Cau, Marina Kurcis e Rob Gordon
Web Tiras
Um Sábado Qualquer - Carlos Ruas
E lembrando que os vencedores nas categorias Doutorado, Mestrado e TCC, devido ao grande número de trabalhos que chegou à comissão, só serão conhecidos no dia 30 de junho, data entrega de troféus.
Para mais informações, visite: http://trofeu-hqmix.blogspot.com.br/
Aguardemos.
Postado por
Marcel Ibaldo
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