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sábado, 31 de dezembro de 2011

KEEP DRAWING - The Next Edition


Clique na Imagem para Ampliar.

Não é exagero de minha parte.
Um pouco disso vai ser comprovado na Restrospectiva que será publicada em breve no Blog do Quadrinhos S.A., e um pouco mais além disso, que reúne a vida pessoal cada vez melhor, conquistas profissionais, cinema, quadrinhos, eventos, um retorno despretensioso ao rock'n roll, um monte de publicações e projetos,  e o constante aprendizado que veio em decorrência do monte de coisas que eu inventei de fazer nos últimos 365 dias.
Valeu a todos que visitaram o blog, e que de alguma forma fizeram parte deste baita roteiro que foi 2011.

Se 2012 vai ser melhor ou se o mundo vai acabar (ou se vai ser melhor até que o mundo acabe), o jeito é esperar, então, aguardemos.
Até.


domingo, 25 de dezembro de 2011

NOTÍCIAS DO FRONT - Watchmen 2 (Primeiras Imagens)


Arte competente?
É evidente.
Mas que é uma das coisas mais desnecessárias já realizadas na história da cultura pop, isso é fato.
O tal Panic Room que intitula ficcionalmente o projeto de retorno ao universo imaginado por Alan Moore na clássica Watchmen é um dos caça-níqueis mais descabidos que a indústria quadrinhística já imaginou.
Possivelmente existem algumas ideias legais dos envolvidos no roteiro, porém, é essencialmente mais uma demonstração de que as grandes editoras dos comics super-heroísticos são incapazes de abandonar as manias que hão de minimizar cada vez mais as vendagens de suas revistas que insistem nos mesmos personagens com uniformes ligeiramente diferentes, morrendo e ressucitando pela incapacidade ao buscar novas alternativas interessantes ao público.



E só pra mencionar o exemplo de uma outra indústria de HQs que evidencia que existem outras possibilidades, falem mal de mangás, mas ao menos é costume nos quadrinhos japoneses em sua maioria encerrar uma história quando o autor percebe que não há mais enredo a desenvolver, não importando se as editoras temem não encontrar o sucessor para o sucesso comercial do momento.
Provavelmente Watchmen 2 será divertido e interessante, especialmente para quem não leu a obra de Moore e Dave Gibbons, mas é acima de tudo um atestado de mediocridade, e da teimosia de grandes editoras presas a fórmulas prontas e insatisfatórias aos leitores que tendem a abandonar essas publicações tão logo percebem que o que havia de aproveitável nas histórias já foi lido, e não vale a pena colecionar algo que prima pela repetição do que costuma ficar cada vez mais diluído e superficial cada vez que reiniciam a cronologia, ou assassinam um clone ou androide de um heroi para enganar o público na ilusão de que dessa vez alguma ideia original possa enfim ter sido agregada à receita.
De qualquer forma, Watchmen 2 é inevitável, então, aguardemos.

O Comediante, desenhado por J. G. Jones.


O Coruja, por Andy Kubert e Joe Kubert.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

NOTÍCIAS DO FRONT: Trailer "O Hobbit: Uma Jornada Inesperada"


Prestes ao merecido descanso diário de 5 horas de sono, tive antes que divulgar o recém lançado trailer do aguardadíssimo filme prequel da trilogia O Senhor dos Anéis.


Em se tratando de uma franquia tão poderosa quanto se tornou a transposição da obra de J.R. Tolkien para as telas, a expectativa em torno desse prequel chamado "O Hobbit" era extrema desde que iniciaram os créditos finais da sessão de exibição de "O Retorno do Rei".
As complicações envolvendo a MGM, que almejava acumular ao menos mais um bilhão de dólares com essa nova jornada pela Terra Média, apenas conferiram um aspecto ainda mais dramático ao já épico filme que haveria de vir.
Bueno, trailer assistido, é fácil perceber que Peter Jackson está de volta com a maestria conhecida e que o elevou ao patamar de cineasta do primeiríssimo escalão em Hollywood.
Visual impecável, fidelidade ao texto original, e aquela fórmula de dramaticidade, personagens cativantes, e ação na medida certa parecem estar bem representados nesse vídeo que, apesar de breve aproveita-se do fato de que foi bem recebida e ainda está presente na memória do público a epopeia orquestrada por Peter Jackson na trilogia que faturou em bilheteria, premiações, e reconhecimento de público e crítica.
E é inegável que simplesmente rever os protagonistas em uma retratação convincente mesmo que por meros instantes é algo que torna a espera até 2012 um suplício para qualquer um que esteja interessado em acompanhar uma temporada de verdadeiros eventos nerds no cinema, sejam "O Espetacular Homem-Aranha", "O Cavaleiro das Trevas Ressurge", "Os Vingadores", "Prometheus", ou este que era chamado por alguns críticos muito antes sequer do lançamento desse primeiro trailer, de "o maior filme de todos os tempos".
Sem muito mais o que dizer, resta sugerir aos que ainda não leram o livro, que invistam algumas dezenas de minutos realizando tal tarefa, e esperar, pois 2012 promete.

A primeira parte de O HobbitUma Jornada Inesperada, estreia em 14 de dezembro de 2012 e a segunda, There and Back Again, em 13 de dezembro de 2013.
Aguardemos.



Ou assista no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=G0k3kHtyoqc&feature=player_embedded#!



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Q STUDIUS e a Ascensão Modesta e Famigerada do Trashmovie de Confronto e Vingança


É verdade, eu menti.
A postagem anterior teve de ser contrariada devido à surpresa do resultado anunciado no Santa Maria Vídeo e Cinema, no último sábado.
Então, não me resta nada além de compartilhar as fotos deste momento que ninguém envolvido no filme (especialmente eu) poderia presumir que pudesse concretizar-se.
Torcíamos por isso, mas havia grandes filmes competindo, e já era um privilégio fazer parte da seleção do Festival.
Desde a boa repercussão de  "A Vingança do Arquivista" (2009), eu sonhava com a possibilidade de ao menos participar da seleção do SMVC, afinal, estar entre os selecionados indicaria que havia mérito o bastante para integrar a mostra de filmes, e isso seria legal o bastante.
Sendo assim, é gratificante perceber que o trabalho com o Desenho de Som do filme "O Confronto 2: A Vingança", o mais complexo que eu já tive desde que me convenci que poderia trabalhar com curta-metragens, foi reconhecido por um juri entendedor da sétima arte.
E além de eu ter ganhado um excelente item para o meu acervo a abrilhantar minha estante juntamente com minha coleção de DVDs, o prêmio é uma afirmação de que estamos ao menos no caminho certo.
Então, novamente parabéns a Guiga Hollweg, Marcel Jacques, Junior Moreira, e Bício, equipe de "O Confronto 2: A Vingança".
Muchas gracias e seguimos em frente com novos projetos cine-quadrinhísticos!!!
Aguardemos.


Troféu Vento Norte visitando o QG do Quadrinhos S.A. em foto creditada ao Diretor de Arte de "O Confronto 2...", Marcel Jacques

Foto que ilustrou a matéria publicada no http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/dsm/19,18,3592688,Republica-dos-Ratos-vence-a-mostra-nacional-do-Santa-Maria-Video-e-Cinema.html 

Da esquerda para a direita: Marcel Ibaldo e Guiga Hollweg
no fim do 10º SMVC.

Valeu.


sábado, 10 de dezembro de 2011

INTERROMPEMOS A PROGRAMAÇÃO PARA INFORMAR...



...que após o desfecho do 10º SMVC, que contou com o filme do Q Studius "O Confronto 2: A Vingança" representando a aura trash em meio aos selecionados, na semana que há de vir, enfim o Blog vai voltar às suas atividades normais.







Então, ressurgirão as já conhecidas críticas de cinema, ilustrações perenes, e assuntos obtusos neste sítio internetista.
Mas considero válido mencionar que a mostra regional de curta-metragens foi particularmente divertida.
Seja pela diversidade de temas e abordagens, ou mesmo pelo aprendizado obtido ao assistir filmes que iam do caricato ao drama em intervalos de poucos minutos.
Dentre os selecionados, os grandes favoritos, considerando os aspectos técnicos avaliados pelo Festival,  são "Homem Arroz", de Fabrício Koltermann, e "Ares de Inverno", de Matheus de Toledo (o melhor da mostra, sem dúvida), havendo ainda algumas ilustres produções correndo por fora.

Daqui a pouco saberemos se eu estava certo.
Aguardemos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Prólogo em Quadrinhos - O Confronto 2: A Vingança (Parte 4)


E eis a última parte do Prólogo do filme do Q Studius.

Depois da primeira parte publicada aqui no blog, e da segunda parte, e ainda a terceira parte (publicadas no Blog do Guiga Hollweg), enfim o término da preparação para o lançamento do filme "O Confronto 2: A Vingança".



Após essas duas semanas de publicação do projeto, é até uma pena que tenha chegado ao seu término.

Trabalhar nas páginas foi extremamente divertido, e apenas motiva pra trabalhar em outros projetos futuramente.



De qualquer modo, o lançamento do filme ocorre no 10º SMVC, dia 06/11/11.
estejam convidados.


E aguardem que o Quadrinhos S.A. tem novidades que serão divulgadas em breve, incluindo distribuição de material exclusivo, que obviamente, aguardemos pra descobrir.
Até.





Recapitulando o Prólogo antes do Derradeiro e Último Fim

Só pra quem eventualmente está chegando neste instante e pegou a história no andamento de seu percurso, e anseia desesperadamente por manter-se inteirado a respeito da saga do curta-metragem "O Confronto 2: A Vingança", über-despretensiosa produção engendrada pelo Q Studius, nesta nova teimosia em lidar com mídias diferentes, aliando departamentos diferentes do Conglomerado Q.


Confiram então as 3 páginas já disponibilizadas, até o presente momento:









E lembrando que a PÁGINA 4 do Prólogo será publicada aqui no blog daqui a pouco.
Aguardemos.

E estejam todos convidados para a sessão de estreia de "O Confronto 2: A Vingança", no Santa Maria Vídeo e Cinema, na terça-feira, 06 de novembro.
Aguardemos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Prólogo em Quadrinhos - "O Confronto 2: A Vingança" (Parte 1)


E conforme mencionado anteriormente no Blog, eis a Parte 1 do Prólogo engendrado para preparar a trama entre o filme "O Confronto" (2009), e a nova produção do Q Studius, "O Confronto 2: A Vingança" em uma estratégia de transmidia storytelling na véspera do lançamento do curta-metragem no Santa Maria Vídeo e Cinema.

Se preferir, salve no seu computador para visualizar.

O roteiro do Prólogo é de Marcel Ibaldo, que também desenha esta primeira parte.

Para conferir a continuação, visite o Blog: http://hollweg-guiga.blogspot.com/ com a segunda parte, desenhada pelo quadrinhista Guiga Hollweg que será publicada até o fim da semana.



Aguardemos.


Assista o trailer de "O Confronto 2: A Vingança" CLICANDO AQUI.



domingo, 20 de novembro de 2011

NOTÍCIAS DO FRONT: "O Confronto 2: A Vingança" - Selecionado para o 10º SMVC

E a espera está perto do fim.
Finalmente se aproxima a estreia do tantas vezes adiado curta-metragem do Q Studius, “O Confronto 2: A Vingança”.
Pra quem não lembra, o filme foi um dos que tiveram a data prevista de lançamento prejudicada pelos eventos catastróficos ocorridos na sede do Q Studius, no Conglomerado Q (confira a notícia AQUI).


E se não chegou a encerrar suas atividades, o estúdio que anteriormente havia obtido notoriedade com curtas experimentais, e com o icônico “A Vingança do Arquivista” (2009), permaneceu apenas existindo, com apenas a realização de material destinado a publicidade.
No entanto, nos bastidores os executivos do braço cinematográfico do Conglomerado Q estavam preparando as coisas para um retorno digno.
Após passar por refilmagens, e uma revisão de seus efeitos especiais, era chegado o momento de trazer ao público o resultado atingido com a continuação do trash experimental de lutas “O Confronto”(2009), dirigido por Marcel Jacques, que dessa vez assumiu a produção executiva do filme, deixando a direção sob a responsabilidade de Marcel Ibaldo, mesmo diretor de “A Vingança do Arquivista”.
No elenco, o retorno de Guiga Hollweg e Marcel Ibaldo (confira a entrevista com o elenco CLICANDO AQUI).


E dessa forma, com o anúncio veiculado na Internet semana passada, vem a confirmação de que a espera não foi em vão.
Afinal, “O Confronto 2: A Vingança” foi um dos onze selecionados para o SANTA MARIA VÍDEO E CINEMA, agregando à programação do Festival as características do cinema trash que o filme se propõe a homenagear.

Ao mesmo tempo, além do anúncio da publicação ao longo dessa semana de uma HISTÓRIA EM QUADRINHOS servindo de prelúdio ao filme (confira a partir de amanhã aqui no Blog), vaza na web uma arte conceitual de um potencial terceiro filme, na qual é possível reconhecer a fisionomia dos atores Jacques, e Felipe Novato.
Confira abaixo.


E enquanto aguardamos o lançamento do filme, fica a expectativa de que o Q Studius possa dar prosseguimento a outros projetos, sempre com o intuito de buscar alternativas não-convencionais de cinema em suas produções.

Confira o Trailer de “O Confronto 2: A VingançaCLICANDO AQUI.

O 10 Santa Maria Vídeo e Cinema, ocorre de 05 a 10 de dezembro.
Para mais informações, visite: http://www.smvc.org.br/

Aguardemos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

NOTÍCIAS DO FRONT - Q Studius Returns (Novamente)


Em breve mais informações.
Aguardemos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

KEEP DRAWING - The Rock Project #02


Épocas conturbadas de trabalho em diversos projetos simultâneos.

Atualmente tentando concluir o último dos roteiros para a Quadrante X nº12,  e submerso em storyboards em desenvolvimento, resgatei esse esboço feito com caneta esferográfica de maneira canalha, para o por enquanto estagnado em prol do cumprimento de prazos projeto de HQ em parceria com o desenhista de Goiás Walinton Pulga que mencionei anteriormente aqui no Blog.
Confiram abaixo.



Semana que vem, ilusórias novidades, e elementos nocivos à coerência da linguagem narrativa em desuso diante do apogeu da indústria pop degradada.
Aguardemos.
Até.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

KEEP DRAWING - Hellboy Vs. The Other Monster (Grafite Stage)


Exercício brabeza pra liquidar um fim-de-semana.
Mas o resultado me agradou, e contrariando todas as expectativas, decidi finalizá-lo devidamente (em breve).
Não tentei necessariamente seguir uma estética específica do Hellboy, mas sim criar uma síntese de tudo que eu conheço do personagem nas mídias em que ele foi representado, buscando estilizar voltado às minhas influências quadrinhísticas.
Ainda assim, fica o exagero impressionantemente funcional de sombras da arte de Mike Mignola que me garantiu evoluir um pouco meu estilo de desenho ao estudar várias páginas da Graphic Novel "O Verme Vencedor".
Confiram a arte abaixo e me digam o que acham.


Clique na Imagem para Ampliar


 Assim que concluir a arte-final, publico por aqui.
Valeu.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

KEEP DRAWING - Amélie (2nd time)

E o Esculturas Itinerantes, projeto criado pela acadêmica de Artes Visuais da UFSM, Camila Mesquita, continua com as atividades.
O itinerário das esculturas continua sendo publicado no blog, e recentemente, novas imagens enviadas por mim foram publicadas.
Confiram as novas fotos CLICANDO AQUI. 

Pra quem não lembra, a primeira imagem que eu enviei foi uma HQ one-shot de uma página, que pode ser conferida abaixo, ou no link http://esculturasitinerantes.blogspot.com/2011/07/amelie-escultura-4-virou-quadrinhos.html

Clique na Imagem para Ampliar



Pra quem quiser conferir novas fotos do projeto, e só seguir o blog http://esculturasitinerantes.blogspot.com/

Até breve.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DICK TRACY (1990)


Nem sempre fazer um filme de HQs foi tarefa fácil.
Os acostumados com a rotina de “quando será que vai estrear no cinema o movie dessa revista em quadrinhos”, certamente podem considerar difícil imaginar uma época em que a realidade era completamente outra.

Nos longínquos anos 90, os fás viviam uma era das trevas quanto a novas produções, que quando esporadicamente surgiam, costumavam ser aberrações do porte do Quarteto Fantástico de Roger Corman, ou a Geração X de Jack Sholder.
Nem é preciso dizer que o fracasso de público e crítica levava a uma generalização quanto aos novos projetos sugeridos das páginas em requadros, e muitos acabavam nem tendo chance de tentar a sorte nas telonas.
E se hoje em dia o cinema está frequentemente tomado por produções que não têm coragem de fugir das alternativas convencionais, naqueles tempos, qualquer um que pensasse em ser um pouco mais ousado na adaptação da HQ para o cinema, seria considerado inapto para a função de diretor em Hollywood.Mas Warren Beatty estava pouco se lixando para isso.

O ator já buscava a tempos a oportunidades de trabalhar no longa-metragem de um clássico dos quadrinhos do qual ele era fã.
Afinal, depois de tantas décadas de sucesso, o personagem Dick Tracy, criado pelo quadrinhista Chester Gould, em 1931, já havia obtido sucesso em tantas encarnações, fosse nas tiras de jornal em que surgiu (logo atingindo marcas imporessionantes de mais de 100 milhões de leitores), nas séries de filmes para matinês, nos longa-metragens, em produções em animação, e nas revistas em quadrinhos. Porém, com o passar do tempo a popularidade do policial de roupa amarela foi diminuindo, e as chances de que Warren Beatty pudesse realizar seu intento, apesar de ainda existentes, dependiam de muitos fatores que atrasavam o início do trabalho.

No entanto, com o falecimento de Chester Gould em 1985, o personagem que ele criou teve uma nova oportunidade na sétima arte, ainda que não sem percalços.
Porém, desentendimentos levaram à demissão do diretor contratado, Walter Hill, que planejava um filme mais violento, divergindo da ideia de Warren Beatty, que queria uma estilização aproximando-se das histórias nos quadrinhos, semelhante ao que Ang Lee tentaria tempos depois em Hulk (2003).
A solução encontrada foi o próprio Beatty assumir a direção, após associar-se à Walt Disney, para o longa-metragem que viria a ser lançado em 1990.
Foi só então que o público conheceu o que era o tal cinema cheio de estilização que Beatty mencionara.

Estrelada e dirigida por ele, a produção é repleta de prédios ricos multicoloridos, e vilões de carrancas muito similares às encontradas em suas contrapartes nas páginas, além os maneirismos típicos de uma época a qual Chester Gould havia retratado em suas tiras publicadas em jornais.
Compreender a importância desses elementos foi o grande trunfo do diretor ao revisitar o universo policial criado quase sessenta anos antes, afinal, estas características tiveram grande parcela de “culpa” pelo sucesso atingido na época do surgimento de Tracy, que destoava das demais publicações nos jornais em publicação, mais voltadas a aventuras distantes da realidade da vida na cidade, ou direcionadas ao humor. Dick Tracy era a velha fórmula policial, convivendo com os leitores na mesma década de 30, cheia de dificuldades, que o público enfrentava diariamente.
Na verdade, com a caracterização brilhante dos personagens o filme já teria motivos o suficiente para ser assistido, ainda que isso não fosse tudo o que ele tinha para oferecer.

Seria chover no molhado dizer que o elenco contar com Dustin Hoffmann e Al Pacino é sinal de possível ingresso bem investido, mas é simplesmente impossível não mencioná-los, quando é deles grande parte dos momentos mais divertidos e hilários do filme.
Principalmente a interpretação de Pacino, roubando a cena ao transformar o gângster Big Boy Caprice em um histérico e sensacional nêmesis para o herói.
Enquanto isso, Madonna encontra em Breathless Mahoney um papel que não exija dela mais do que frequentemente faz em seus clipes, ou seja, cantar, e fazer caras e poses que servem para catalisar a dificuldade de Tracy a se expressar verbalmente diante de mulheres.
O fato de o personagem Dick Tracy hoje para muitos não passar de um nome que “já ouviram falar” não diminui sua importância para a arte sequencial, e para o cinema, especialmente quando falamos em adaptações de quadrinhos.

A fórmula de estilização e fidelidade ao material original que Warren Beatty insistiu em utilizar no longa-metragem de 91 foram demais para a plateia da época, a qual não correspondeu nas bilheterias da forma que a Walt Disney esperava, porém, a crítica especializada percebeu e premiou o empenho do cineasta, que viu seu trabalho receber no Academy Awards os Oscars de melhor maquiagem, melhor direção de arte, e melhor canção original, interpretada por Madonna.
Além disso, o filme Dick Tracy de duas décadas atrás foi uma experimentação essencial para o futuro do cinema de HQs, hoje muito mais afeito a absorver a linguagem das histórias em quadrinhos da maneira concebida nas páginas, e contando com espectadores dispostos a enxergar o caráter artístico nas muitas vezes inusitadas transposições imaginadas pelos cineastas.

Warren Beatty havia encontrado a fórmula de entretenimento certeiro equilibrando humor e ação, com visual estiloso em uma trama esperta e bom elenco, em um longínquo 1990 quando Scott Pilgrim Contra O Mundo (2010) ainda nem sonhava em existir.
Qualquer um que assistiu Sin City (2005), 300 (2006), entre outros, e hoje aprecia a expectativa de que em breve haverá um blockbuster estrelado por Tin Tin, de Hergé, ou o prosseguimento das jornadas de Batman, e também o recomeço de Homem-Aranha, e anseia pelo filme-evento do Marvel Studios, “Os Vingadores”, não pode ignorar a importância da teimosia de Beatty em enxergar nas HQs mais do que roteiros a serem melhorados por produtores interesseiros para serem merecedores de alguma versão em live-action que nem os fãs gostariam que existisse.


Mesmo com o resultado comercial insatisfatório para a Disney, o cineasta permanece até hoje brigando judicialmente pelos direitos para realizar uma sequência do personagem no cinema.
Em tempos de Lanterna Verde(2011) estupidificando as sessões, talvez fosse hora de   Warren Beatty trazer outra aula de adaptação de quadrinhos para o cinema.
Com certeza muito cineasta ainda teria muito que aprender.


Quanto vale: Um ingresso com louvor.


 
Dick Tracy
(Dick Tracy)
Direção: Warren Beatty
Duração: 101 minutos
Ano de produção: 1990
Gênero: Policial / Ação

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

CINECLUBE QUADRINHOS S.A. - RETRÔ


E o Cineclube Quadrinhos S.A. retornou!
E dessa vez com uma instigante revisita a alguns longa-metragens que buscaram nas HQs das quais se originaram uma abordagem estética e narrativa pouco (ou nada) convencional.
A programação, horários, e tudo mais, confiram Clicando no cartaz ao lado.


E pra não perder o costume, tendo a tradicional parceria com o Q Studius, eis que surge o trailer do evento, que da mesma maneira que o cartaz, dialoga com a estética Retrô.

Confira abaixo:



E para mais informações a respeito do Quadrinhos S.A., e a repercussão do Cineclube, CLIQUE AQUI.
Contamos com sua ilustre presença.
Até.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

KEEP DRAWING - Hands

Tentando não retroceder na evolução na nobre arte da riscaria, tenho mantido uma certa regularidade na quantidade de desenhos diários (pelo menos um).
Abaixo, compartilho um mero, porém importante exercício, feito direto com caneta esferográfica, pra não esquecer os princípios básicos.



Em breve, mais críticas de cinema, desenhos, e anedotas subliminares aqui no blog.
Aguardemos.

sábado, 24 de setembro de 2011

PLANETA DOS MACACOS: A Origem (2011)



Hollywood precisa de ideias.
A safra de refilmagens, sequels, prequels, etc, tem demonstrado que a alternativa de recorrer ao que alguma vez já conquistou seu espaço na preferência do público é cada vez mais uma forma de justificar investimento milionário em algum novo projeto.

Se já funcionou antes, é só filmar parecido, atualizando os efeitos especiais.
Ao menos foi nisso que Tim Burton acreditou quando ousou reiniciar um cânone do cinema sci-fi.
No entanto, “O Planeta dos Macacos” (2001) dirigido por ele não teve a recepção por ele esperada.
Se concentrar apenas em renovar efeitos e maquiagem é coisa de principiante sem visão, e por isso ele pagou o preço.
O que realmente importava era a parte difícil, que ele convenientemente preferiu fingir que não interessava.
Azar o nosso, e da franquia que permaneceu no limbo até 2011, um novo capítulo da cinessérie tentaria resgatar a saga.


Porém, se o que se esperava era o retorno na forma de um blockbuster convencional, o filme não era divulgado da maneira típica em se tratando de um arrasa-quarteirão.
O trabalho do diretor Rupert Wyatt trazia um certo algo a mais nos trailers e imagens disponibilizadas, parecendo correto esperar que fosse além da pirotecnia óbvia.
Isso, é claro, não era garantia de que seria um bom movie, mas ao menos estaria longe da estratégia Burtoniana de caprichar apenas em visual (o que seria visto novamente em Alice no País das Maravilhas).

O andamento do começo deste “Planeta dos Macacos: A Origem” mantém esse ar levemente inusitado, ainda que uma certa obviedade ainda o impeça, ao menos nesses momentos iniciais, de ser mais envolvente (qualquer um sabe o desfecho da fuga do chimpanzé durante a palestra de James Franco).
Mas o roteiro vai progredindo rápido, e se a visão dos testes com animais já não chega a ser algo que carregue tamanho efeito na platéia acostumada com as barbáries dos noticiários, basta surgir em cena o chimpanzé Cesar para que o longa-metragem mude radicalmente.
Essas cadências pontuando o enredo, aliás, são característica essencial para o roteiro escrito por Amanda Silver e Rick Jaffa.
Percebe-se desde o primeiro close no olhar de um símio, que eles serão apresentados de maneira diferenciada, e quando o foco passa a ser Cesar em seu novo núcleo familiar isso é concretizado.


É parte do questionamento filosófico da trama essa humanização do chimpanzé magistralmente interpretado por Andy Serkis.
Parece que o filme permanecia comum até a chegada de seu verdadeiro protagonista, e bastam poucos minutos para que Serkis traduza e arrebate o espectador com as dúvidas e inquietações de Cesar, que mesmo não sendo expressas em palavras, irão estar nos olhares e na linguagem corporal que o ator utiliza para compor seu novo personagem.
As grades que separam o chimpanzé da vida pela qual seu instinto clama, são simples janelas e convenções sociais humanas, ainda que ele tenha o otimismo de enxergar sempre através delas, e não simplesmente aceitar as limitações que lhe são impostas.
A revolução que a sinopse aponta é uma mera questão de tempo.
E tempo é algo que o diretor Wyatt parece disposto a utilizar muito bem.

A história se desenrola com o transcorrer do crescimento e amadurecimento do símio, até que ele enfim conheça as características humanas das quais seu pai adotivo sempre quis protegê-lo.
O drama familiar que envolve essa parte da metragem vai chegar ao fim, do mesmo modo que outra etapa do aprendizado de Cesar.
E nem mesmo sua inteligência fora do comum é capaz de compreender os porquês da insistência humana em forjar mentiras, em criar grades e coleiras que por alguma razão desconhecida são chamadas de liberdade.
Sem perder o ritmo da narrativa, ou desperdiçar atenção com o envolvimento romântico entre o cientista Will (James Franco), e a veterinária Caroline (Freida Pinto, de “Quem Quer Ser Um Milionário”), Wyatt parte para um asfixiante clima de filme de prisão, ao mesmo tempo em que dialoga com o melhor do cinema de máfia.

De “O Poderoso Chefão” a “Scarface”, passando por “Alcatraz”, tudo sem isolar os não apreciadores de um ou outro gênero cinematográfico, afinal, o elo que une cada segmento é o seu protagonista, e Andy Serkis jamais deixa de ser verossímil e extraordinário na pele do cada vez mais assustadoramente humano Cesar.
O período aprisionado será determinante para o seu aprendizado.
As feras criadas pelos próprios seres humanos ficam mais inteligentes graças a uma droga criada para reverter os efeitos do Mal de Alzheimer, e para encher os bolsos de seus desenvolvedores, e enquanto os símios preparam sua ascensão, acompanhamos no indicado ao Oscar pelo filme 127 Horas”, James Franco a fragilidade da tragédia da humanidade.
Cada vez mais ele se afasta de Cesar, e a distância entre os dois é peça do processo de construção de identidade que acarretará no surgimento de uma nova espécie dominante no planeta.

 

Vendo bem superficialmente, é isso o que o roteiro tem a oferecer, e é fato que é prato cheio para discussões antropológicas eternas.
Durante a sessão, lembrei facilmente de um clássico de tema similar.
No genial “Os Pássaros”, de Alfred Hitchcock, a revolta da natureza é expressa pela investida dos animais alados contra os humanos, missão que em 2011 fica a cargo do bando de primatas que decidem que não vão mais ser subjugados, e que as jaulas construídas pelos homens não devem ser aceitas como um habitat natural.
Partindo disso, cabe a Rupert Wyatt filmar cada nova sequência com a competência e maestria que merece, afinal, enquanto em outros casos é exigido do diretor compensar a preguiça do enredo, em “Planeta dos Macacos: A Origem” resta a ele elaborar a imagem que ficará gravada na memória do espectador.
E é exatamente isso o que ele faz.
Contando com efeitos especiais extraordinários, e um vasto arsenal de ideias, o cineasta fez além do que era imaginado.
Dificilmente alguém esquecerá tão cedo a maneira com que Cesar conquista a confiança de seus colegas de cárcere, ou um mero movimento de câmera acompanhando-o subir em uma árvore, a caracterização espetacular de cada símio coadjuvante, ou... a luta na ponte.
É.



Será absolutamente impossível esquecer o inacreditável embate na ponte, que terá sem dúvida, alguns dos momentos mais intensos e emocionantes que o cinema irá lhe proporcionar em 2011.
E isso poucos meses depois do lançamento do irrepreensível “X-Men: Primeira Classe (2011), o qual apresenta elementos bastante semelhantes a este seu rival no posto de melhor filme de ação da temporada até agora.
A coragem ao mesclar o forte e incisivo teor crítico, visual elegante, e o desinteresse pelas fórmulas prontas que alimentam séries adolescentes de início, meio e fim conhecidos, é a força motriz para que um roteiro apenas seja filmado quando for para buscar levar ao público um produto final de trama imprevisível, ainda que de alto risco quanto ao seu faturamento.

Cada momento é repleto de símbolos, pequenos detalhes e referências ao contexto da antiga série no cinema, nesse filme que consagra Andy Serkis no papel do líder deste selvagem bando em fuga para qualquer lugar em que os humanos não tenham chegado para erguer paredes e regras de interesse moral questionável.
E pensar que tudo ocorre simplesmente porque aqueles caras arrogantes de uniforme não entendem que o implacável exército que Cesar reuniu não quer destruir as bobagens que a sociedade acredita ter tamanho valor.


Em épocas de efeitos especiais desperdiçados, e de guerreiros de Pandora xerocando o discurso pronto de tantos outros filmes, é gratificante poder assistir uma prequel que não apenas não está presa ao material original, mas também se afasta inteligentemente para o surgimento de uma mitologia nova e audaz, em uma franquia que se reencontrou para redefinir a ficção científica para uma nova geração.
Se os envolvidos no projeto terão competência para manter o altíssimo nível dessa primeira parte no que virá a seguir, só o futuro dirá.
Porém, independente de continuações, e interesses de produtores por multiplicar a bilheteria, a meu ver a história já está pronta, e se fosse pra terminar por aqui, já seria excelente.
Todas as perguntas que restaram no ar apenas fazem parte do poder de um grande filme em nos fazer questionar, e repensar se a ficção científica está realmente tão distante da nossa realidade.
A cena pós-créditos que o diga.

“Planeta dos Macacos: A Origem” é simplesmente uma jornada para fugir das amarras.
Por liberdade e nada mais.


Quanto vale: 


Planeta dos Macacos: A Origem
(Rise Of The Planet Of The Apes)
Direção: Rupert Wyatt
Duração: 105 minutos
Ano de produção: 2011
Gênero: Ficção Científica / Ação