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terça-feira, 27 de outubro de 2009

A VINGANÇA DO ARQUIVISTA - Review


Realmente, a arte é surpreendente.
 
Há certas vezes em que obras de plena simplicidade e despretensão conseguem de algum modo um resultado cativante e envolvente, contrariando as sempre existentes expectativas negativas com relação a esses trabalhos. 
A história do cinema está repleta de exemplos disso, e felizmente tive oportunidade de acompanhar em uma sessão especial para um público seleto, na telona, em alto e bom som mais um exemplo da tal simplicidade bem empregada na 7º Arte

Quando teve início o processo de roteiro do novo filme do Q Studius "A Vingança do Arquivista", ninguém tinha a menor idéia das possibilidades que poderiam surgir de algo tão inusitado: um filme de ficção e humor negro no contexto do curso de Arquivologia. 
Falando assim deve até parecer brincadeira, mas o que o público pôde conferir essa semana, dias 22 e 23 de outubro, foi um raro e singular filme, no qual o empenho da equipe trouxe novas alternativas de abordagem em um universo tradicional e um tanto conservador como é a área Arquivística. 

Um olhar intransigente provavelmente verá simplesmente o humor, as piadas pontuais, a ação, os efeitos especiais , a trilha sonora, etc. 
Mas basta buscar uma análise um pouco mais aprofundada para perceber que esse é um filme com algo a dizer. 

As cenas são trabalhadas de modo a transmitir uma mensagem que ao mesmo tempo é um tanto evidente e subjetiva, óbvia e discutível.  
Ao longo dos vários momentos que se passam no tempo da projeção, a narrativa construída reflete o estado emocional do personagem principal no conjunto dos elementos presentes no filme, tanto na movimentação de câmera  e direção de arte criativa idealizada por Marcel Jacques, quanto na trilha sonora  de suspense e tensão crescente composta por Marcello Bittencourt, e também na direção de fotografia inspirada de Junior Moreira
A atuação com ares de improviso garante autenticidade ao que é transmitido, aliando-se ao roteiro repleto de situações típicas que os arquivistas e acadêmicos do curso conhecem muito bem. 


Porém, ficando restrito apenas a esse contexto, esse curta-metragem talvez não tivesse tamanha gama de significâncias. A discussão estende-se também (e quem sabe principalmente) a pessoas das mais diversas áreas profissionais, e contextos sociais ou econômicos. 
Dificilmente alguém que assistir com atenção não irá encontrar pontos subliminares a serem debatidos. 
E são todos esses aspectos que tornam uma sessão de cinema de 13 minutos como essa em algo rico e interessante. 
Obviamente que é apenas minha opinião. 
No entanto, quem duvida disso é porque não esteve nas sessões de exibição do filme, quando uma platéia, a princípio desconfiada quanto à qualidade do que seria apresentado, aplaudiu com empolgação em um gesto de aprovação e surpresa diante de um trabalho de resultado tão surpreendente.  

Tais aspectos apontados com relação à obra podem soar como exagero, mas são ao meu ver  pelo menos adequados por se tratar de algo nunca antes realizado. 
O que começou como uma brincadeira agora tem de ser confirmado: "Esse é o melhor filme de Arquivologia de todos os tempos". 
E é com certeza melhor do que muita coisa que está em cartaz nos cinemas. 

Que seja apenas uma amostra do que podemos esperar dos próximos trabalhos do Q Studius, a respeito dos quais o Blog do Ibaldo estará sempre trazendo novas informações. 
Aguardemos.







7 comentários:

Guilherme Hollweg disse...

O lançamento foi simplesmente muito massa. Realmente foi extremamente prazeroso ver o público reagindo com tamanha aceitação ao curta exibido.

Para a produção (considero-me parte dela, apesar de não ter participado ativamente do processo de filmagem nem de edição.)foi muito gratificante.

Enfim, a equipe toda está de parabéns perante o (majestoso) resultado apresentado.

PS: Quando que vai passar no MTV Movie Awards, em NY? dia 1 de Janeiro, certo?
Favor, me avisar por email, para organizar minha agenda.

Marcel Ibaldo disse...

Enquanto surgem boatos quanto ao início do trabalho no roteiro de uma seqüência do filme (apesar de o Q Studius não ter se manifestado oficialmente a respeito), as sessões de exibição continuam ocorrendo.
Ainda sem confirmação sobre a exibição no Movie Awards, mas ainda com planos de aproveitar o trabalho em outros festivais, considerando que esse é o trabalho melhor recebido pela crítica, dentre todos os realizados pelo estúdio.
Agradeço o comentário, especialmente por ser de um reconhecido diretor de cinema, cuja obra cinematográfica contando a biografia de "Jacques" lançada recentemente foi elogiada nos principais festivais europeus.
Parabéns pelo trabalho, Sr. Hollweg.

Alexander disse...

Os comentários esboçam uma realidade muito positiva, o que constituiu uma grata surpresa. A receptividade do público foi extremamente gratificante, e por que não dizer, empolgante. Ficamos todos agradecidos, de coração!!

Gostaria aqui de expressar o meu respeito e prazer, de ter sido um dos mentores do curta-metragem, mas principalmente agradecer o apoio e compreensão nas horas difíceis e críticas. De forma especial todos àqueles que auxiliaram na produção, edição, etc...e também ao diretor (Ibaldo) por ter certa "paciência" com atores de renome internacional...

E as sessões de autógrafos? E Gramado?

Fora de brincadeira, apesar de não ser nada oficial, esperamos exibir o curta-metragem em vários locais diferentes...que surjam convites!!!!

Surpresas virão!!!!!!

Alexander disse...

Ah, digno de nota: muitíssimo gratificante verificar o público concentrado nas fotos...show mesmo!!!

Fico entristecido porque a Marci (em comentário anterior) é fã apenas do diretor e bibliotecário...isso é preconceito, rsrsrs...

Mas não surgirá estrelismos não, fiquem tranquilos...isso não existe em uma equipe coesa, profissional e unida em prol das causas cinematográficas e arquivísticas!!!!!! Mas ah!!!

Em breve comunidade no Orkut!!!

Anônimo disse...

Tenho certeza que esse foi apenas o primeiro de muitos projetos cinematográficos do Q Studius.

Parabéns pela iniciativa.

Marcel Ibaldo disse...

Um roteiro acidental, um trabalho realizado às pressas, e algumas críticas negativas antes da estréia quase me fizeram pensar que "A Vingança do Arquivista" corria sério risco de não ter sua mensagem comprendida.

Mas a sessão de lançamento do filme mostrou que eu me preocupei sem necessidade.

Tanto que foi confirmado que o Q Studius já encomendou o roteiro da seqüência do curta-metragem, em desenvolvimento pela mesma equipe do primeiro filme.

Basta aguardar, lembrando que nem sempre um roteiro pronto chega a ser filmado pelo estúdio.
De qualquer modo, gera expectativa, sendo que muitos já chamam esse o início da "TRILOGIA DA VINGANÇA do Arquivista".

Por enquanto é cedo pra ter certeza, mas aguardemos.

Anônimo disse...

Eis que surge a parte dois da vingança do arquivista.
Após matar o chefe na parte 1,
Arquivista precisa arquivar os pedaços do corpo de seu chefe. Então leva em um carrinho de mão os pedaços mutilados do corpo para um arquivo do necroterio abandonado do subsolo do predio, onde antigamente funcionava um antigo hospital universitário.
Cena:paredão cheio de gavetas de arquivos e o arquivista abrindo as gavetas colocando os pedaços dentro (mãos, pernas, cabeças) e as fechando com o som de fundo do Pink Floyd com a musica Money (o som combina exatamente com o barulho das gavetas de arquivos).
Indignado com a falta de emprego para arquivista o Arquivista joga seu bastão contra uma cápsula abandonada. Só que ele não sabia que a cápsula era uma parte de um aparelho de raio X. O choque causa a liberação de material radiotivo (cesio 137). Impregnado de mofo e acaros, a liberação de cesio 137 atinge o arquivista causando uma reação quimica com o mofo e os acaros. Nisso...ao longo de um tempo (meses) começão a ocorrer uma mutação genética....
Mas essa alteração genética fica para outro dia, ou o terceiro filme da trilogia.
Abraços Marcel, fica aqui apenas um rascunho de ideia.
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