Após todo esse tempo priorizando os recentes lançamentos do Q Studius, enfim consigo uma folga pra retomar a árdua missão de falar a respeito de todas as adaptações quadrinhísticas para o cinema.

A única dúvida dizia respeito à dificuldade de imaginar de que forma a tecnologia CG seria empregada nesse filme. Mas com relação a isso a escolha da Industrial Light & Magic para ficar responsável pelos efeitos especiais só serviu para garantir um ótimo nível de qualidade.
No entanto, as bilheterias não refletiram o êxito esperado. Mas isso também não representa um veredicto quanto à qualidade de filme algum.

E se isso já soa ousado para um blockbuster, o mesmo pode-se dizer da narrativa que faz uso de inúmeras câmeras de modo a possibilitar observar toda cena através de múltiplos pontos de vista, com um trabalho de edição fílmica que muito se assemelha ao que os leitores estão acostumados nos quadrinhos. Esse aspecto da construção estética impressiona e torna sempre mais dinâmicas as cenas de diálogo que permeiam a primeira hora do filme, mais voltada aos porquês que conduzem Bruce Banner à sua trágica maldição.

É uma pena especialmente pelo desfecho do filme, que se encaminhava para algo que, se não era inovador era pelo menos muito legal após a boa seqüência da perseguição no deserto, em que o Hulk esmaga o exército americano e ainda um pedaço de São Francisco só pra não perder a viagem.


Ainda assim, a já mencionada cena no deserto funciona bastante bem, talvez pelo ritmo acelerado que o diretor insere não apenas por meio do combate travado entre o monstro e os tanques e aeronaves inimigas, mas também pela ótima edição, que tornam esse o ponto alto do filme, e que realmente o faz valer o ingresso.
Ang Lee já não precisa provar que é um grande diretor, e eu não afirmo isso apenas pelo reconhecimento que ele recebeu no Oscar, e sim por sua carreira permeada de bons trabalhos cinematográficos anteriores ao seu sucesso no ocidente. O resultado inconsistente nessa adaptação dos quadrinhos não faz justiça ao seu talento, mas com certeza prova que não é assim tão simples transformar personagens das HQs em live-action.
Às vezes isso ocorre de modo absolutamente inesperado, e em outras circunstâncias a obra resultante é decepcionante independente da capacidade da equipe envolvida.
Esse teria sido realmente um bom filme se terminasse uns 20 minutos antes.
Acabou sendo um filme acidentalmente abaixo das expectativas.
Hulk
(The Hulk)
Direção: Ang Lee
Duração: 138 minutos
Ano de Produção: 2003
Gênero: Ação/drama
Gênero: Ação/drama
8 comentários:
Concordo, recentemente li algumas edições da HQ "Hulk World War' e achei deveras interesante. Quanto ao filme é bem como tu falaste, se tirasse alguns excessos seria um filme bom.
Sobre essa Hulk World War, eu só li a última edição (comprei porque vinha com um pôster).
Arte dinâmica e destruição em escala mundial.
Mas mesmo sendo um admirador do caos e catástrofe que o personagem causa, reconheço que seria interessante ver um filme dele que conseguisse conciliar as duas perspectivas apresentadas nos dois filmes do personagem realizados depois da retomada do cinema de HQs.
Em breve, review do filme "Incredible Hulk", de 2008.
Curti o filme, não acho lixo completo, tirando o final, a má atuação de Dave Banner, e o CG (mas que até entende-se, aliás, faz mais de 5 anos que o filme foi produzido) é um bom filme.
Principalmente pela construção psicológica de Bruce Banner, e também aeuforia sentida por eleao se tornar o verdão.
Enfim, é um bom filme, com certeza, poderia ser melhor, mas mesmo assim, é legal.
Ahh, aliás, chegou a ver que ta para sair nas bancas Wolverine X Hulk?!
Claro, não tem nada a ver com a cronologia atual das HQs, são 3 edições, escritas pelo roteirista do seriado Lost, e arte de Leinil Yu (Invasão).
De repente, sai coiusa legal nessa parceria.
Belo Post.
Como já comentamos, concordo em parte com tua análise.
No mais, eu discordo quanto a atuação do Sam Elliot. Ficou perfeito como Gen. Ross com suas caras e seu ar prepotente.
Sempre que eu assisto esse filme, depois da cena da perseguição no deserto eu fico pensando: "vou desligar a tv que aí o filme termina bem".
Mas não adianta se enganar.
O final é lamentável.
E aí Guiga, o roteirista do Lost que escreve "Hulk x Wolverine" não é o tal do Brian K. Vaugahn?
Exatamente Fernando.
é o Vaughan.
Escreveu o Y - The Last Man, que por sinal, pretendo ler e comprar até por influência tua, que disse que era exelente.(E creio que seja mesmo).
Enfim, dá uma olahda no site Fernando:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brian_K._Vaughan
Vaughan também escrecveu o roteiro de alguns episódios do Lost.
Abraço Fernando!!
Guiga
A respeito da réplica do Ibaldo lá em cima: o final é bem ruinzinho mesmo.
Como diria o Guiga: "tinham que cagar."
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