Esse foi o filme que encerrou o segundo ciclo de cinema do Cineclube Quadrinhos S.A., apresentando uma forma única de conversão de uma mídia para outra. A obra dos Irmãos Wachovski é vertiginosa, insanamente dinâmica, nostálgica, ousada, incrivelmente divertida, e o maior fracasso de bilheteria de 2008.
Parece não fazer sentido? Analisemos então o filme como forma de tentar encontrar explicações para isso.
O longa-metragem é adaptação do clássico desenho animado japonês de Tatsuo Yoshida, produzido em meados de 1960 obtendo considerável sucesso em diversos países, tornando-se uma fonte de dinheiro não apenas através da própria série, mas também dos óbvios produtos licenciados com os personagens e carros presentes na animação.
A tarefa de trazer de volta "Speed", "Mach 5", e cia, dessa vez no cinema, coube aos criadores da trilogia Matrix, no que parecia ser o reinício da franquia. Os primeiros vídeos e fotos divulgados deixavam claro o interesse em manter uma dose alta de fidelidade ao trabalho original, ao mesmo tempo em que geravam desconfiança, devido ao excesso de cores, o que se afastava da "receita" atual presente na cartilha dos diretores que se arriscam a adaptar obras dos quadrinhos ou dos desenhos animados.
Isso porque depois do "X-Men"(2000) dirigido por Bryan Singer, tornou-se consenso que, por mais fantástico que fosse o universo e a história a ser contada, a obrigação era ancorar o roteiro o máximo na realidade, para uma maior aceitação do público. Mas nesse caso, tratava-se de um "filme-família", segundo os próprios diretores, então por que se preocupar?
Talvez porque a "culpa" pelo fracasso financeiro acima citado tem muito a ver com essa definição.
O objetivo de fazer um movie para todas as idades prejudica o resultado final, já que a abordagem empregada falha ao tentar conciliar momentos voltados ao público infantil e a complexidade emocional atribuída aos personagens. Esse aspecto foi um dos que mais pesou nas bilheterias. Aparentemente, os Wachovski superestimaram a platéia, entregando um trabalho que mantém os elementos da série de animação, tendo ainda o cuidado de desenvolver os personagens, sem que a grande quantidade e qualidade do elenco levasse ao erro freqüente de um ofuscar o outro, ou prejudicar a compreensão da história.
Além disso, as sequências mirabolantes, e o relacionamento e envolvimento dos habitantes do universo inspirado no anime, somados à narrativa criativa que faz uso de câmeras fotográficas, retrovisores, animais (só assistindo pra entender) para acelerar a transição entre as cenas, parecem ter sido demais para o intelecto dos espectadores, que torceram o nariz para o show de psicodelia e entretenimento que busca elementos característicos dos desenhos em movimento, acrescentando a isso tecnologia de ponta e uma trama bem amarrada.
A trilha sonora presta a devida homenagem e funciona em parceria com o saudosismo dos que acompanhavam a série.
Já os deméritos da adaptação não são tantos, mas existem.
Em muitas das cenas de corrida, os detalhes nos carros não são suficientes para sustentar a ilusão dos efeitos CG. Isso sem falar na obviedade de certas alternativas do roteiro, ou da escolha de manter a câmera em movimento ininterrupto, algo que poderia ser evitado em determinadas ocasiões, favorecendo o equilíbrio no ritmo da história.
Ainda assim, é pouco para prejudicar o divertimento de quem puder assistir comprando a idéia de carros que praticamente lutam Kung-fu, de preferência (e se possível) na tela de um cinema (ou cineclube).Os que conseguirem fazer isso com certeza não vão lembrar desse longa-metragem como um fracasso de bilheteria, e sim como um filme extremamente divertido e que infelizmente não foi devidamente compreendido.
A tarefa de trazer de volta "Speed", "Mach 5", e cia, dessa vez no cinema, coube aos criadores da trilogia Matrix, no que parecia ser o reinício da franquia. Os primeiros vídeos e fotos divulgados deixavam claro o interesse em manter uma dose alta de fidelidade ao trabalho original, ao mesmo tempo em que geravam desconfiança, devido ao excesso de cores, o que se afastava da "receita" atual presente na cartilha dos diretores que se arriscam a adaptar obras dos quadrinhos ou dos desenhos animados.
Isso porque depois do "X-Men"(2000) dirigido por Bryan Singer, tornou-se consenso que, por mais fantástico que fosse o universo e a história a ser contada, a obrigação era ancorar o roteiro o máximo na realidade, para uma maior aceitação do público. Mas nesse caso, tratava-se de um "filme-família", segundo os próprios diretores, então por que se preocupar?
Talvez porque a "culpa" pelo fracasso financeiro acima citado tem muito a ver com essa definição.
O objetivo de fazer um movie para todas as idades prejudica o resultado final, já que a abordagem empregada falha ao tentar conciliar momentos voltados ao público infantil e a complexidade emocional atribuída aos personagens. Esse aspecto foi um dos que mais pesou nas bilheterias. Aparentemente, os Wachovski superestimaram a platéia, entregando um trabalho que mantém os elementos da série de animação, tendo ainda o cuidado de desenvolver os personagens, sem que a grande quantidade e qualidade do elenco levasse ao erro freqüente de um ofuscar o outro, ou prejudicar a compreensão da história.
Além disso, as sequências mirabolantes, e o relacionamento e envolvimento dos habitantes do universo inspirado no anime, somados à narrativa criativa que faz uso de câmeras fotográficas, retrovisores, animais (só assistindo pra entender) para acelerar a transição entre as cenas, parecem ter sido demais para o intelecto dos espectadores, que torceram o nariz para o show de psicodelia e entretenimento que busca elementos característicos dos desenhos em movimento, acrescentando a isso tecnologia de ponta e uma trama bem amarrada.
A trilha sonora presta a devida homenagem e funciona em parceria com o saudosismo dos que acompanhavam a série.
Já os deméritos da adaptação não são tantos, mas existem.
Em muitas das cenas de corrida, os detalhes nos carros não são suficientes para sustentar a ilusão dos efeitos CG. Isso sem falar na obviedade de certas alternativas do roteiro, ou da escolha de manter a câmera em movimento ininterrupto, algo que poderia ser evitado em determinadas ocasiões, favorecendo o equilíbrio no ritmo da história.
Ainda assim, é pouco para prejudicar o divertimento de quem puder assistir comprando a idéia de carros que praticamente lutam Kung-fu, de preferência (e se possível) na tela de um cinema (ou cineclube).Os que conseguirem fazer isso com certeza não vão lembrar desse longa-metragem como um fracasso de bilheteria, e sim como um filme extremamente divertido e que infelizmente não foi devidamente compreendido.
Para quem leu críticas negativas sobre a versão do "Speed Racer" dos Wachovski, fica a sugestão: veja o filme e tire suas próprias conclusões.
Esse é só mais um dos inúmeros casos em que a qualidade da obra é inversamente proporcional à grana que arrecada.
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