NOTÍCIAS DO FRONT - E Agora, Stan Lee?

Soube essa semana, com exclusividade no blog do meu amigo Guiga Hollweg
(hollweg-guiga.blogspot.com), a notícia mais polêmica dos últimos tempos para os fãs de HQs do mundo inteiro.

A venda da Marvel Entertainment e seus mais de 5000 personagens por si só, já seria algo alarmante, então o que dizer de uma negociação visando integrar a editora americana ao conglomerado controlado pela Walt Disney Company?

Além de inesperada, essa informação traz consigo inúmeros questionamentos os quais eu não almejo esclarecer aqui, os quais terão respostas em breve (ou não), através dos próximos trabalhos desenvolvidos pela empresa do famoso Stan Lee.

A verdade é, que a repercussão disso tende a se fazer presente em várias realizações da Marvel, se bem que, de maneira tão sutil às vezes, que será imperceptível para o grande público.

A primeira interrogação que surge é quanto ao conteúdo das histórias.

O que vem primeiro à mente são amálgamas e crossovers estúpidos (não tão diferente da maioria dos crossovers) contando com personagens desses dois universos tão distintos. Apesar de não poder garantir que isso não vá acontecer eventualmente, não considero isso uma ameaça à abordagem e cronologia das principais publicações da Marvel nas bancas (se bem que vez em quando vai rolar um ou outro caça-níquel pra envergonhar os fãs, eu acho...).

Outro porém, é referente às adaptações do Marvel Studius no cinema. Quando a editora finalmente parece se acertar na transição para as telonas surge essa notícia?

O que é importante ressaltar, no entanto, é que a Disney controla um conglomerado que vai muito além do parque de diversões e das animações no cinema. Só pra citar um exemplo, ela é dona do ABC, o qual exibe em sua programação séries como Lost e Desperate Housewives.

O receio dos fãs se baseia especialmente na idéia de que o dirigente da Disney poderia interferir no processo criativo dos personagens da Marvel Comics de maneira direta, o que não procede. Isaac Perlmutter, presidente da editora de Hulk, Homem-Aranha, X-Men, e cia, ainda terá sua autonomia, contando agora com o controle de qualidade tão conhecido que a Disney tem como marca registrada.

Além disso, foi anunciado que as parcerias do Marvel Studius no cinema com outras produtoras será mantida, o que já era de se esperar, considerando a quantidade de filmes sendo produzidos atualmente com personagens da editora, dentre eles “Homem de Ferro 2”, “Thor”, “Homem-Aranha 4”, entre outros.

Isso além da possibilidade de utilização de vários outros personagens do universo Marvel nas séries animadas, como no caso do desenho do Homem-Aranha, agora que a Sony abriu mão dos direitos sobre o personagem.

Só que sempre há algo para se lamentar.

Considerando a imagem construída pela Walt Disney ao longo de seu tempo de existência, muito se exige quanto ao conteúdo do material desenvolvido pela mesma. Sendo assim, a censura deve ser bem mais rigorosa, de modo a impedir que as HQs da “Casa das Idéias” apresentem qualquer elemento ou enredo considerado subversivo para os padrões da WD, o que com certeza limita algumas possibilidades no que concerne a alguns personagens.

De qualquer modo, não adianta se preocupar com antecedência.

E vale lembrar que mesmo a editora rival, a DC Comics também faz parte de um conglomerado, a Time Warner.

Se bem que não deixa de ser surpreendente ver tal transação de compra justamente quando a Marvel vivia um momento aparentemente lucrativo, liderando a vendagem de quadrinhos e com sucessos de bilheteria nos longa-metragens de seus super-heróis.

Isso, além da própria Disney ter desistido de continuar com a franquia “As Crônicas de Nárnia” nos cinemas, apesar do sucesso de ”O Príncipe Caspian”(2008), temendo que um fracasso do filme seguinte a levasse à falência.

Enfim, parece que minha postagem sobre o Marvel Studius e seus futuros projetos vai ter que esperar um pouco.

Aguardemos as próximas mudanças no cenário quadrinhístico mundial.

Até.