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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O INCRÍVEL HULK (2008)


Analisar esse filme era quase uma obrigação. 
Após fazer a crítica do longa-metragem dirigido por Ang Lee em 2003, não havia meio de evitar fazer o mesmo referente ao trabalho realizado por Louis Leterrier, lançado nos cinemas ano passado.
E pra falar a verdade, esse já começa causando polêmica.
Com o resultado insatisfatório obtido pelo filme antecessor nas bilheterias, o Marvel Studios não hesitou e decidiu substituir  o diretor, elenco, etc. 
Além disso, fez questão de deixar claro que optaria por uma abordagem mais convencional (e comercial) nessa nova adaptação. O próprio Avi Arad, produtor do estúdio afirmou ao ser questionado quanto ao que esperar de diferente nesse filme com relação ao anterior, que haveria "menos angústia e muito mais quebradeira".
 Mas haviam muitos obstáculos que Arad ignorou, ou não percebeu. O principal deles foi devido à escolha do diretor e  também do protagonista da obra.
Em teoria era pra funcionar: Louis Leterrier, diretor de filmes de ação de arrecadação considerável, porém não tão badalado a ponto de questionar as ordens do estúdio; e Edward Norton, notoriamente talentoso e frequentemente considerado o melhor ator de sua geração, ficando responsável também pelo roteiro do filme.
Teria funcionado. Em teoria.

No fim das contas, nem a bilheteria nem a opinião da crítica especializada refletiram positivamente esses aspectos.
Ficou mais que evidente a dificuldade de conciliar as idéias de Norton, do diretor e do estúdio, o que tornou o enredo uma jornada inconstante, oscilando entre momentos de delineação da personalidade de Bruce Banner e outros de ação quase gratuita e muitas vezes descontextualizada.
Devido à desimportância atribuída por Louis Leterrier aos aspectos dramáticos presentes no enredo, o movie não conseguiu nem se igualar à qualidade do seu melhor filme de ação que eu conheço, Cão de Briga (Danny, the Dog, 2005).
E pra falar a verdade, mais uma vez os efeitos especiais deixaram a desejar. O visual mais “sujo” do personagem ainda consegue trazer um pouco de credibilidade, com uma textura de cor mais convincente, o que não se pode dizer dos momentos em que é mostrado o Hulk em close, o qual se assemelha a uma animação de videogame.
Do novo elenco os destaques são o protagonista, claramente mais adequado que Eric Bana, e Tim Roth, bastante confortável vivendo o vilão dos quadrinhos Emil Blonsky.

Com uma narrativa de qualidade irregular, “O Incrível Hulk” não chega nem perto de fazer jus à importância de um dos personagens mais marcantes da editora Marvel. No entanto, é especialmente divertido para os leitores de HQs que podem perceber no filme aquele clima de edição mensal repleta de pancadaria do gigante verde, além das inúmeras referências ao universo Marvel, presentes no longa-metragem.
Enfim, quem for assistir esperando algo realmente incrível vai se decepcionar. 

Quanto vale:


Porém, esse filme funciona bem como parte do que o estúdio vem preparando há tempos. Aos poucos o panteão de heróis e vilões da Marvel vai migrando para a película, permitindo assim realizar projetos maiores e mais ousados.
E pra quem não entendeu do que estou falando, a imagem abaixo esclarece.


Filme dos Vingadores?
Aguardemos.


O Incrível Hulk
(The Incredible Hulk)
Direção: Louis Leterrier
Duração: 114 minutos
Ano de produção: 2008
Gênero: Ação

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma das coisas que me chamou a atenção nesse filme foi o fato de que um cientista que não pode ficar nervoso, resolve se esconder justamente em uma favela repleta de traficantes...

Mas enfim, mesmo assim eu gostei da atuação do Edward Norton e do Tim Roth. É bem como tu falou, para quem quer um filme com bsatante pancadaria, vale o ingresso.

E o que tu acha do Hulk ser o "vilão" no filme dos Vingadores?

Marcel Ibaldo disse...

Se bem que aquela favela do filme tava muito família.
Não havia nenhum indício do tráfico ou da criminalidade que vemos com tanta freqüência no Jornal Nacional.

Sobre o Hulk ser o vilão do Avengers, pode ser interessante, porém eu confesso que espero uma abordagem mais próxima à dos Supremos.
Mas talvez seja esperar demais...