Conforme o título da postagem já deixa claro, o que eu vou informar aqui é o falecimento do notório e ridiculamente comum Harvey Pekar.
Pra quem nunca ouviu falar dele, saibam que se trata de ninguém menos que um joão ninguém que conseguiu tornar-se famoso por apresentar nos roteiros de uma série de HQs autobiográfica chamada American Splendor, a sua tediosa vida, sempre com seu senso de humor peculiar.
Além da série, suas desventuras deram origem a um filme homônimo que foi premiado no Festival de Sundance, e que é meu filme preferido no que se refere a adaptações de quadrinhos pro cinema (aliás, confira a crítica do filme aqui).
Eu infelizmente não conhecia muito de sua obra em quadrinhos. No Brasil, seu único trabalho publicado foi Bob & Harv – Dois Anti-Heróis Americanos, que mostra um pouco da parceria entre ele e Robert Crumb.
Porém, o que é possível encontrar na internet, e o próprio filme permitem uma ideia da importância que esse cara teve pra arte sequencial, muito pela teimosia em contar histórias a princípio tão banais, tão distintas da produção super-heroística que é moda nos quadrinhos.
Mas afinal, na maioria das vezes, um olhar diferenciado da simples jornada humana pode ser muito mais interessante do que um confronto épico e redundante entre o fantasiado tal, e o vilão falastrão e babaca que sempre perde no final.
Mas afinal, na maioria das vezes, um olhar diferenciado da simples jornada humana pode ser muito mais interessante do que um confronto épico e redundante entre o fantasiado tal, e o vilão falastrão e babaca que sempre perde no final.
Harvey Pekar faleceu nessa segunda-feira, 12/07/10, aos 70 anos.
Façam um minuto de silêncio.
Façam um minuto de silêncio.
5 comentários:
Conheci a obra através da indicação do Ibaldo faz pouco tempo. Asssisti ao filme em condições adversas, confesso, mas captei a mensagem. Infelizmente tomei conhecimento um pouco tarde, mas mesmo assim valeu a pena!! A arte, de maneira geral, perde uma figura emblemática!!
O filme é realmente genial.
Enquanto o assistia no nosso cineclube, vi a semelhança de algums personagens com alguns de nós.
Quanta ironia!
Mas vale aí o "lamento" da perda...o cara foi um grande batalhador dentro do "backstage" das histórias em quadrinhos.
Uma perda de grande peso.
Pekar se tornou popular por mérito de seu trabalho, e de sua forma irônica de contar sua vida difícil, em meio a outros tantos artistas que sempre ficam com a cena principal, nasceu um grande anti-herói que foi reconhecido por seu esforço e talento...
Todos nós ficamos sentidos com tal perda...
É impossível não concordar com o comentário do Jacques.
Assistir o filme comprovou apenas que a história do anti-herói do título não é mais fascinante do que a de qualquer outro ser humano comum.
Mas o que o Harvey Pekar conseguiu foi ver algo interessante no cotidiano que todo mundo insiste em achar monótono e enfadonho.
O resultado foi uma série de HQs duradoura e elogiada, além de um filme que ao retratar essa vida sem nada de interessante foi premiado e é uma das adaptações de HQs desmistifica a visão que muitos possuem a respeito da nona arte.
É isso.
"Mas afinal, na maioria das vezes, um olhar diferenciado da simples jornada humana pode ser muito mais interessante do que um confronto épico e redundante entre o fantasiado tal, e o vilão falastrão e babaca que sempre perde no final." clap clap clap clap
Ao contrário do que muita gente pode pensar, Harv não foi apenas um cara que teve a idéia de pegar a vidinha comum dele e transformar em hq, mas um grande artista nos brindando com sua obra formidável e revelando o verdadeiro potencial de uma arte tão mal-tratada por outros autores e pela indústria.
Harvey Pekar não foi reconhecido apenas por "retratar" a vida de Harvey Pekar, mas porque Harvey Pekar é Harvey Pekar.
Harv não virou personagem sendo um arquivista durante o dia para se tornar um super-herói à noite, mas fez a arte sequencial dos EUA realmente dar um passo a frente em vez de andar pro lado como faz o mais famigerado gênero de hq a gerações de apreciadores que comem mcdonalds(pra não falar outra coisa) como se fosse iguaria.
Uma salva de palmas para ele! clap clap clap clap!
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