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quinta-feira, 28 de junho de 2012

A INVASÃO DO MUNDO: BATALHA DE LOS ANGELES (2011)


Alguma polêmica geralmente favorece um filme.
Ainda mais se for alguma produção desprovida de pretensões além da bilheteria.
O aspecto polemizante ao falar de “A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” se deve a um inusitado episódio envolvendo os dois diretores que trouxeram “Skyline: A Invasão” para as telas em 2010.
O que ocorreu foi que os Irmãos Strause, que trabalhavam no desenvolvimento dos efeitos especiais de “Batalha de Los Angeles” decidiram abandonar o filme para concentrar esforços em um projeto pessoal, que seria um longa-metragem de ação envolvendo uma invasão alienígena, com a “trama” ambientada em Los Angeles.
Com essa “’pequena” semelhança entre os dois roteiros, logo os produtores de “Batalha de Los Angeles” tomaram providências.
Enfim.
É claro que isso trouxe mais visibilidade para ambos os filmes.

Quanto a “Invasão do Mundo...”, no entanto, os envolvidos decidiram que isso não era o suficiente.
Logo começaram a surgir inúmeros vídeos de divulgação, que apresentavam o longa-metragem na condição de um “O Resgate do Soldado Ryan” (1998) após fusão com “Independence Day” (1996).
Tudo isso o levou a ser considerado um investimento interessante para um ingresso.
O diretor Jonathan Liebesman possuía uma fórmula para o sucesso em mãos, afinal, arrastando um número considerável de espectadores nas primeiras semanas, bastaria a divulgação providenciada por eles nas redes sociais para que o seu trabalho fosse um sucesso principiando uma nova franquia megalopirotécnica.
Tendo escalado Aaron Eckhart, ao menos haveria um protagonista experiente para liderar o bando de desconhecidos que ele selecionou para conferir mais credibilidade à ação militar que tentaria parar o avanço dos aliens.
Eckhart, buscando ainda a manutenção do patamar de superastro do primeiro escalão de Hollywood, queria este papel para assim ter protagonizado em sua filmografia um arrasa-quarteirões.
E em “A Invasão do Mundo...” os atores e seus personagens seriam essenciais realmente, pois diferente de Skyline, alicerçado principalmente em seus impecáveis efeitos especiais, o filme de Liebesman contaria a história focada na perspectiva humana, e só.

O problema não é esse, afinal, seria geralmente uma louvável escolha do roteiro.
O que desfavorece o filme é o fato de que a tal perspectiva humana é contada da maneira mais comum, desinteressante e clichê possível.
E não adianta Eckhart, Michelle Rodriguez, ou o restante do elenco fazerem caras e bocas fingindo que a ameaça fora de foco atrás de nuvens de fumaça é verdadeiramente um perigo inimaginável.
Eles apenas correm de um lado para outro achando que seus dramas podem despertar alguma empatia do público, enquanto o tempo se esgota para que alguma cena minimamente divertida possa ocorrer.
Mas esperar por isso é em vão.

Nada do que em geral é benéfico ao entretenimento do público está na lista de prioridades do cineasta, e minuto a minuto permanece a sensação de que o filme não pode ser diferente de uma versão preliminar do movie, mas que acabou sendo lançada por acidente.
Nem mesmo estão presentes os corriqueiros efeitos CG que ao menos tornam menos extensa a sessão em um longa-metragem sem roteiro.
Envoltos em nuvens de poeira os alienígenas se tornam baratos para o estúdio, e se o público já pagou o ingresso, vai assistir assim mesmo, tendo que torcer que o salário de Eckhart não tenha sido assim tão alto, deixando algum recurso para que por alguns breves instantes possa ser visto algo em alguma das sequências de ação desperdiçadas.
E para fechar com chave de ouro, as reações dos “herois da liberdade” são as mesmas dos Power Rangers ao enfrentar os invasores interestelares, mostrando que nem mesmo eles estão levando a sério o que Liebesman tinha em mente para as cenas.
E antes do fim da metragem ainda existe tempo para os excessos de honradez e coragem estadunidense, mostrados sempre de maneira gratuita e coroando as quase duas horas a serem lamentadas que as batalhas em Los Angeles ultimamente têm proporcionado.


Ao terminar de assistir este suplício justificado apenas pelo meu imensurável compromisso com o Blog, é impossível lembrar de nem que seja uma cena razoável durante os 116 minutos da produção.
No fim das contas, ”A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” consegue o impensável: alcançar o nível de ridículo de Skyline.
Evitar o filme é uma recomendação óbvia, mas para quem quiser realmente assistir combates com criaturas do espaço para o entretenimento da plateia com efeitos especiais dignos e ideias preenchendo a metragem, só posso recomendar uma busca por um DVD de Tropas Estelares (1997), porque “A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”, nem de graça.


Quanto vale: Nem meio ingresso.


A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
(Battle Los Angeles)
Direção: Jonathan Liebesman
Duração: 116 minutos
Ano de produção: 2011
Gênero: Ação/Ficção Científica

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei da lembrança ao filme Tropas Estelares. Esse longa-metragem é baseado em um livro sério, escrito em 1959 por Robert A. Heinlein. Na época esse livro causou um certo rebuliço, já que muitos consideram essa publicação uma apologia a um estado militarista. Enfim... O fato é que no filme o diretor Paul Verhoeven abandonou a sereiedade e seguiu um outro caminho. Eu lembro muito bem quando eu assisti a esse filme lá pelos idos dos anos 90 e o achei deveras divertido.

Sei que esse Tropas Estelares já teve várias sequências. Eu não assisti a nenhuma delas, mas os sobreviventes que já assistiram alegam que elas atingem níveis exacerbados de ruindade.

Quanto a esse batalha de Los Angeles, eu ainda não assisti. E depois dessa resenha, fiquei completamente desanimado.

Marcel Ibaldo disse...

Muito bem lembrado quanto ao Tropas Estelares, Fernando.
Eu me tornei um fã da versão do Verhoeven, ainda que esse livro seja algo que parece interessante demais.

Sequências do Starship Troopers? Melhor ignorar.
Se bem que agora estão falando em fazer um reboot da franquia, e um dos boatos é que o interesse é uma maior aproximação com o livro, ainda que com menor índice de violência no longa-metragem, em comparação com o filme de 1997.
Eu reassisti o original esses tempos, e claro que considero que nem precisaria um reinício, e sim pensar em um bom argumento para um roteiro dando sequência à história.
Mas se os caras de Hollywood pensam diferente, não tem jeito.
Aguardemos.