Ainda
mais se for alguma produção desprovida de pretensões além da
bilheteria.
O
aspecto polemizante ao falar de “A
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”
se deve a um inusitado episódio envolvendo os dois diretores que
trouxeram “Skyline: A Invasão” para as telas em 2010.
O
que ocorreu foi que os Irmãos
Strause, que trabalhavam no
desenvolvimento dos efeitos especiais de “Batalha
de Los Angeles” decidiram
abandonar o filme para concentrar esforços em um projeto pessoal,
que seria um longa-metragem de ação envolvendo uma invasão
alienígena, com a “trama” ambientada em Los Angeles.
Com
essa “’pequena” semelhança entre os dois roteiros, logo os
produtores de “Batalha de
Los Angeles” tomaram
providências.
Enfim.
É
claro que isso trouxe mais visibilidade para ambos os filmes.
Logo
começaram a surgir inúmeros vídeos de divulgação, que
apresentavam o longa-metragem na condição de um “O
Resgate do Soldado Ryan” (1998) após fusão com “Independence
Day” (1996).
Tudo
isso o levou a ser considerado um investimento interessante para um
ingresso.
O
diretor Jonathan Liebesman possuía uma fórmula para o sucesso em
mãos, afinal, arrastando um número considerável de espectadores
nas primeiras semanas, bastaria a divulgação providenciada por eles
nas redes sociais para que o seu trabalho fosse um sucesso
principiando uma nova franquia megalopirotécnica.
Tendo
escalado Aaron Eckhart,
ao menos haveria um protagonista experiente para liderar o bando de
desconhecidos que ele selecionou para conferir mais credibilidade à
ação militar que tentaria parar o avanço dos aliens.
Eckhart,
buscando ainda a manutenção do patamar de superastro do primeiro
escalão de Hollywood, queria este papel para assim ter protagonizado
em sua filmografia um arrasa-quarteirões.
E
em “A Invasão do
Mundo...” os atores e
seus personagens seriam essenciais realmente, pois diferente de
Skyline,
alicerçado principalmente em seus impecáveis efeitos especiais, o
filme de Liebesman contaria a história focada na perspectiva
humana, e só.
O
que desfavorece o filme é o fato de que a tal perspectiva humana é
contada da maneira mais comum, desinteressante e clichê possível.
E
não adianta Eckhart, Michelle
Rodriguez, ou o restante do elenco fazerem caras e
bocas fingindo que a ameaça fora de foco atrás de nuvens de fumaça
é verdadeiramente um perigo inimaginável.
Eles
apenas correm de um lado para outro achando que seus dramas podem
despertar alguma empatia do público, enquanto o tempo se esgota para
que alguma cena minimamente divertida possa ocorrer.
Mas
esperar por isso é em vão.
Nada
do que em geral é benéfico ao entretenimento do público está na
lista de prioridades do cineasta, e minuto a minuto permanece a
sensação de que o filme não pode ser diferente de uma versão
preliminar do movie, mas que acabou sendo lançada por acidente.
Nem
mesmo estão presentes os corriqueiros efeitos CG que ao menos tornam
menos extensa a sessão em um longa-metragem sem roteiro.
Envoltos
em nuvens de poeira os alienígenas se tornam baratos para o estúdio,
e se o público já pagou o ingresso, vai assistir assim mesmo, tendo
que torcer que o salário de
Eckhart não tenha sido
assim tão alto, deixando algum recurso para que por alguns breves
instantes possa ser visto algo em alguma das sequências de ação
desperdiçadas.
E
para fechar com chave de ouro, as reações dos “herois da
liberdade” são as mesmas dos
Power Rangers ao enfrentar
os invasores interestelares, mostrando que nem mesmo eles estão
levando a sério o que Liebesman tinha em mente para as cenas.
E
antes do fim da metragem ainda existe tempo para os excessos de
honradez e coragem estadunidense, mostrados sempre de maneira
gratuita e coroando as quase duas horas a serem lamentadas que as
batalhas em Los Angeles ultimamente têm proporcionado.
Ao terminar de assistir este suplício justificado apenas pelo meu imensurável compromisso com o Blog, é impossível lembrar de nem que seja uma cena razoável durante os 116 minutos da produção.
No fim das contas, ”A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” consegue o impensável: alcançar o nível de ridículo de Skyline.
No fim das contas, ”A Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” consegue o impensável: alcançar o nível de ridículo de Skyline.
Evitar
o filme é uma recomendação óbvia, mas para quem quiser realmente
assistir combates com criaturas do espaço para o entretenimento da
plateia com efeitos especiais dignos e ideias preenchendo a metragem,
só posso recomendar uma busca por um DVD de Tropas
Estelares (1997), porque “A
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”,
nem de graça.
Quanto
vale: Nem meio ingresso.
A
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
(Battle
Los Angeles)
Direção: Jonathan Liebesman
Duração: 116 minutos
Ano
de produção: 2011
Gênero:
Ação/Ficção Científica
2 comentários:
Gostei da lembrança ao filme Tropas Estelares. Esse longa-metragem é baseado em um livro sério, escrito em 1959 por Robert A. Heinlein. Na época esse livro causou um certo rebuliço, já que muitos consideram essa publicação uma apologia a um estado militarista. Enfim... O fato é que no filme o diretor Paul Verhoeven abandonou a sereiedade e seguiu um outro caminho. Eu lembro muito bem quando eu assisti a esse filme lá pelos idos dos anos 90 e o achei deveras divertido.
Sei que esse Tropas Estelares já teve várias sequências. Eu não assisti a nenhuma delas, mas os sobreviventes que já assistiram alegam que elas atingem níveis exacerbados de ruindade.
Quanto a esse batalha de Los Angeles, eu ainda não assisti. E depois dessa resenha, fiquei completamente desanimado.
Muito bem lembrado quanto ao Tropas Estelares, Fernando.
Eu me tornei um fã da versão do Verhoeven, ainda que esse livro seja algo que parece interessante demais.
Sequências do Starship Troopers? Melhor ignorar.
Se bem que agora estão falando em fazer um reboot da franquia, e um dos boatos é que o interesse é uma maior aproximação com o livro, ainda que com menor índice de violência no longa-metragem, em comparação com o filme de 1997.
Eu reassisti o original esses tempos, e claro que considero que nem precisaria um reinício, e sim pensar em um bom argumento para um roteiro dando sequência à história.
Mas se os caras de Hollywood pensam diferente, não tem jeito.
Aguardemos.
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