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quarta-feira, 30 de março de 2011

O APRENDIZ DE FEITICEIRO (2010)


É de se questionar: “Nicolas Cage precisa tanto assim de dinheiro?”.
Esse comentário não é necessariamente pondo em dúvida a qualidade dos filmes do ator, mas sim devido à grande quantidade de produções das quais ele opta por participar.
Diferente de outros artistas que preferem esperar algum tempo até encontrar um roteiro melhor, ou mais diferenciado com relação ao que já realizaram anteriormente, Nicolas Cage simplesmente parece aceitar qualquer papel em qualquer projeto cinematográfico que aparece.



Certamente que nem tudo em que ele atua e que dá errado é culpa dele.
Vejam o exemplo do longa-metragem “Kick-Ass”. É preciso considerar que ele, ao menos estava bem intencionado na produção, afinal, é declaradamente um fã de quadrinhos, e a atuação dele é uma das coisas não merecedoras de xingamentos no filme.
Em se tratando de “O Aprendiz de Feiticeiro”, convenhamos, a chance de um filme desses conseguir superar o objetivo dos produtores de ser um mero veículo pra fazer dinheiro fácil, burlando a inexistência de um roteiro minimamente racional, com o uso de efeitos especiais pra disfarçar isso, era quase inexistente.
De qualquer forma, sempre há a possibilidade de ser simplesmente divertido, que é a proposta máxima de traileres e cartazes vinculados às produções adolescentes destinadas a se tornarem franquias.
Com esse pensamento assistir o movie foi algo bem mais fácil.

Afinal só assim pra tolerar as atuações dignas da “Malhação”, e a aparição dos personagens do nada se enfrentando em combates que nem eles sabem direito por que estão acontecendo.
Dessa vez, Cage nem mesmo se incomoda em justificar seu salário. Se bem que a única coisa que os estúdios esperam dele é que faça as mesmas caretas nos pôsteres e no filme, e é isso que ele faz.
O arquirrival dele, interpretado por Alfred Molina, é menos ruim, mas nem tanto.
Acredito que filmes que nem “O Aprendiz de Feiticeiro” funcionem para esses atores com uma carreira já consolidada na condição de uma fonte fácil de dinheiro, de modo a propiciar a eles liberdade para investir em algum projeto independente ou de baixo orçamento de roteiro realmente interessante quando um desses aparecer.
Seria esse o motivo dos dois atores.



Na situação do protagonista, interpretado por Jay Baruchel, seria diferente.
Essa seria a chance de ter sua própria franquia, e seu personagem icônico, aproveitando ainda a proximidade do fim da franquia Harry Potter no cinema.
Participar de “Trovão Tropical”, ao lado de Robert Downey Jr., Jon Voight, etc, deve ter sido uma experiência de grande valia pro cara, mesmo que ele não faça uso de nada disso nesse seu novo filme.
A atuação dele é a mistura de nada com coisa nenhuma, e fica cada vez mais difícil encontrar alguma qualidade no filme.
Em uma produção dessas, não é necessário ter um roteiro inteligente, mas simplesmente ter ideias criativas para prender a atenção do público.
Infelizmente, a criatividade não estava a serviço do diretor Jon Turteltaub.
E isso sem falar que desperdiçar a participação de Monica Bellucci em cena é um feito do qual poucos seriam capazes.

Ao menos os efeitos especiais são bons, mesmo que isso não seja o bastante pra tornar ao menos um pouco divertida a inutilidade do trabalho de Turteltaub. Provavelmente é dele, juntamente com os produtores, a culpa do fiasco que é o resultado final do filme.
Tendo os recursos financeiros e o elenco experiente, não seria difícil realizar algo digno de meio ingresso, mas “O Aprendiz de Feiticeiro” jamais chegou nem sequer perto disso.
Quando vir o DVD do filme na locadora, ignore.



Quanto vale: Nem meio ingresso.


O Aprendiz de Feiticeiro
(The Sorcerer's Apprentice)
Direção: Jon Turteltaub
Duração: 111 minutos
Ano de produção: 2010
Gênero: Aventura / Fantasia

5 comentários:

Anônimo disse...

Esse é um filme que nem o trailler me interessou.

Acho que o Nicolas Cage precisa mais é de um bom agente, porque dinheiro e talento ele tem. É uma pena que ele participe dessas tranqueiras.

Unknown disse...

Complicado mesmo. Esse realmente como o Fernando disse, nem o trailer vendeu bem.

Nicholas Cage anda muito mal, está pegando qualquer papel, e isso está o deixando completamente queimado.

Atualmente temos o Caça as Bruxas, e agora em seguida vamos ter o Fúria em Rodas, que provavelmente seja outra grande bobagem...

Valeu a postagem velho.


Abraço,


Guiga Hollweg

Marcel Ibaldo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcel Ibaldo disse...

É um daqueles filmes que não se ajudam, e que eu acabo assistindo despretensiosamente mais pra comentar no blog, do que por qualquer outro motivo.
Numa dessas o cara se surpreende com o filme, mesmo que esse não seja o caso.

Marcel Jacques disse...

Admiro teus comentários, mas preciso fazer uma ressalva da qual todos que se "metem" a ser críticos de cinema caem.

Achei o filme muito fraco, a expressão chôcha do Nicholas Cage e a atuação Malhação dos aborrescentes é triste, e os efeitos visuais não salvam a história do filme do fiasco.

No entanto, vejo que é o tipo de filme que, se eu visse na Sessão da Tarde a uns 25 anos atrás, este se tornaria, quem sabe, quase que um clássico de infância. Aquele filme que fica na cabeça por que era legalzinho e te divertiu naquela tarde chata no meio da semana.

Não sei se me fiz entender: este é um filme da Disney visando um público infantil, talvez toda a família, e tanto o diretor quanto o produtor sabiam disso.

Vemos vários filmes nessa linha sendo lançados, mas a crítica sempre massacra. Uns fazem dinheiro (Alice no País das Maravilhas), outros não (Aprendiz de Feiticeiro).

Meu objetivo não é discordar do que tu escreveu, apenas quis colaborar com este blog, gerando um ponto de discussão: até que ponto podemos criticar filmes que não são exatamente destinados a nós (intelectualmente falando)?!

Abraço.